Risco para desenvolver o pé diabético utilizando redes neurais artificiais: uma tecnologia para o cuidado de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ferreira, Ana Cláudia Barbosa Honório lattes
Orientador(a): Fernandes, Betânia Maria lattes
Banca de defesa: Araújo, Eliana Pereira lattes, Almeida, Geovana Brandão Santana lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/833
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pela hiperglicemia e, em geral, surge associado a outras doenças como a hipertensão arterial. É uma doença crônica e o número de portadores está aumentando consideravelmente. Se não tratado e acompanhado adequadamente podem surgir diversas complicações, dentre elas se destaca o pé diabético, uma das mais temíveis complicações da doença. A demora no tratamento e acompanhamento do pé diabético pode levar a sérias complicações e até mesmo à amputação. Esta pesquisa justifica-se à medida que, no cotidiano do trabalho do enfermeiro, na atenção primária à saúde, inúmeras são as demandas que este profissional precisa enfrentar e, na maioria das vezes, ele fica impossibilitado de acompanhar, diretamente, a história do portador de DM e possíveis complicações que ele possa vir a desenvolver. O objeto de estudo desta pesquisa consistiu na “elaboração de uma classificação de risco de um portador de diabetes mellitus desenvolver pé diabético como uma tecnologia para o cuidado de enfermagem”. Objetivos: classificar o risco para o desenvolvimento do pé diabético em portadores de diabetes mellitus para o cuidado de enfermagem, utilizando Rede Neural Artificial (RNA) e identificar os principais fatores de risco para o desenvolvimento do Pé Diabético utilizando Rede Neural Artificial (RNA). Delineamento metodológico: estudo quantitativo, realizado em uma Associação de Diabéticos do município de Juiz de Fora, MG. A população estudada foram 250 pacientes portadores de diabetes mellitus. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário adaptado, de acordo com as diretrizes propostas pelo Grupo Internacional sobre o Pé Diabético (2001) e o Ministério da Saúde (2006). A coleta de dados ocorreu no período de setembro a dezembro de 2013. Os dados foram codificados e normalizados em certa escala numérica (-1 a 1). Para a análise dos dados foi utilizado o software Matlab, onde uma Rede Neural Artificial (RNA) foi criada para a classificação do risco de desenvolver o pé diabético, baseada nas variáveis do questionário respondido pelos participantes. Após a classificação, foram analisadas as principais variáveis quanto à discriminação na separação dos 2 grupos. Resultados e discussão: foi realizada uma análise estatística dos dados onde foram encontrados percentuais das respostas dos participantes: 55,6% eram mulheres; 49,6% tinham 61 anos de idade ou mais; 52,8% eram casados ou viviam com o(a) parceiro(a). Quanto à escolaridade, 34,4% não estudaram ou possuíam menos de três anos de escolaridade; 58,4% tinham renda mensal de 500,00 a 1000,00 reais. Em relação ao tempo de diagnóstico da doença, 34,8% possuíam de 11 a 20 anos de diagnóstico; 72,4% estavam com o valor da última glicemia alterado; 72% encontravam-se acima do peso ou obesos. Entre 95,2% dos participantes, a diabetes era do tipo 2; 59,6% eram aposentados; 78% faziam controle da alimentação e 64% não praticavam atividade física; 59% nunca andavam descalços e 45% usavam algum medicamento nos pés quando percebiam alterações; 74,4% eram hipertensos e 17,6% tinham ou já tiveram ferida nos pés. A RNA criada encontrou dois grupos de risco e para a definição destes foram utilizadas as principais características de risco para desenvolver o pé diabético, sendo encontrados 40,8% dos participantes no grupo de alto risco de desenvolver o pé diabético e 59,2% no grupo de baixo risco. As variáveis mais discriminantes, na formação dos grupos de risco, que foram selecionadas pela RNA foram: perda de sensibilidade, sensação de formigamento, de dormência, de queimação, de choque em pernas e/ou pés, dor, sensação de pontada em pernas e/ou pés, e pés quentes e VII avermelhados. As variáveis menos discriminantes foram as que representavam, respectivamente, as características: tipo de diabetes, controle da alimentação, hábito de fumar, hipertensão arterial, doença vascular periférica, hábito de lavar os pés, aspecto interno do calçado e presença de amputação.