Avaliação da prescrição nutricional e da atividade física no controle da endometriose e na modulação da microbiota intestinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Faia, Regiane lattes
Orientador(a): Silva, Vânia Lúcia da lattes
Banca de defesa: Nascimento, Thiago César lattes, Silva, Carolina dos Santos Fernandes da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17217
Resumo: A endometriose é uma doença debilitante, caracterizada por uma inflamação crônica, com reflexos em aspectos sociais, ocupacionais e psicológicos, definida comoa presença de glândulas endometriais funcionais e estroma fora da cavidade uterina.De maneira geral, essa doença não tem cura, sendo que as alterações imunológicas identificadas nas mulheres com endometriose contribuem para o entendimento da fisiopatologia da inflamação e, consequentemente, de sua manifestação clínica. Estudos têm sugerido que a sua diversidade da microbiota intestinal e o seu equilíbrio podem estar relacionados às condições de saúde e de doença. Diversos estudos sugerem, ainda, que o treinamento físico em intensidade moderada pode estar associado à modulação da microbiota intestinal, dado que em indivíduos fisicamente ativos e atletas, essa microbiota parece apresentar maior diversidade e riqueza de espécies, em comparação com a de indivíduos sedentários. O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a estrutura global da microbiota intestinal de mulheres com endometriose sintomática, antes e durante protocolo clínico de controle da doença, relacionado à prescrição nutricional e atividade física. A população amostrada foi composta de 22 mulheres com diagnóstico clínico positivo para endometriose em serviços de ginecologia parceiros em Juiz de Fora/MG. O exame mais utilizado parao diagnóstico clínico da endometriose nas participantes foi o de ressonância magnética da pelve. Na primeira consulta, após diagnóstico clínico, foram prescritas condutas terapêuticas que envolveram o controle nutricional e a atividade física. Após 3 meses, as participantes retornaram ao consultório para nova avaliação clínica. Nos dois momentos, foram coletados espécimes fecais para análise da microbiota e foram registrados os dados clínicos e nutricionais das participantes, sendo que as características sociodemográficas foram registradas no primeiro momento. As análises realizadas, até o presente momento, foram de mulheres na faixa etária de 18 a 50 anos, com predominância entre 26 a 35 anos; com renda salarial predominante de um a três salários mínimos (77,3%). Das participantes, 54,5% eram não praticantes de atividade física e 77,3% nunca fizeram acompanhamento profissional em relação à dieta. Em relação ao peso, foi observada diminuição global entre o primeiro e o segundo momento da consulta. A grande maioria das participantes apresentou diminuição do percentual de gordura (dobras e bioimpedância), com melhora no percentual de massa magra. O DNA metagenômico foi extraído das amostras fecais e a análise da estrutura das comunidades microbianas será realizada pela técnica de REP-PCR. A técnica utilizada não possuisensibilidade suficiente para discriminar entre grupos microbianos a partir de metagenoma complexo, porém permite avaliar a modulação da comunidade microbiana, considerando-se a comparação de cada paciente entre os dois momentos avaliados, com diferentes proporções de alteração. Estudos atuais demonstraram que a microbiota pode influenciar no metabolismo do estrógenio e este, na microbiota intestinal. A observação da alteração na qualidade de vida das mulheres com endometriose relacionam-se com o controle clínico da doença e com a alteração da microbiota residente intestinal sem estabelecer relação de causalidadeou consequência.