Estudo da modulação da microbiota intestinal com uso de probióticos e possíveis efeitos sobre o metabolismo de camundongos C57Bl/6

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Arbex, Priscila Marques lattes
Orientador(a): Peters, Vera Maria lattes
Banca de defesa: Martins, Marcos Vidal lattes, Oliveira, Ana Lívia de lattes, Machado, Hussen, Terra, Marcella Martins lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12646
Resumo: A dieta ocidental baseada no aumento de ingestão de gorduras saturadas e carboidratos simples, como a frutose, é uma importante modificação do estilo de vida que fornece aporte hipercalórico aos indivíduos. Associada ao balanço energético positivo e as modificações ocasionadas pela gestação, pode causar obesidade e trazer consequências à saúde intestinal. Além dos impactos negativos na geração parental submetida, a transmissão epigenética pode predispor as gerações descendentes às doenças crônicas como a própria obesidade, doença hepática não alcoólica, doenças cardiovasculares e até desordens comportamentais. No presente estudo, buscou-se avaliar a influência da suplementação de probióticos durante a gestação de camundongos fêmeas que receberam dieta hipercalórica (HC) rica em gordura saturada e carboidratos simples durante a vida adulta, gestação e lactação sobre parâmetros metabólicos nas mães e nas gerações masculinas e femininas F1. A dieta HC promoveu dislipidemia, maior adiposidade, maior coeficiente de eficiência energética, maior área sob a curva para o Teste de Tolerância à Glicose e menor taxa de decaimento da insulina para o Teste de Tolerância à Insulina. Os grupos que receberam dieta HC apresentaram valores de leptina superiores aos seus respectivos controles. O TNFα do grupo que recebeu dieta hipercalórica e suplementação de probióticos apresentou valores superiores aos de seus respectivos controles. Os intestinos mostraram infiltrações inflamatórias leves. O grupo gestante que recebeu dieta HC apresentou lipidose hepática moderada a grave, porém quando suplementado com probiótico, o tecido hepático foi compatível com o do grupo controle, ou seja, sem gotículas de gordura. Os camundongos descendentes das gerações F1, em que as mães foram expostas à dieta hipercalórica apresentaram ganho de peso e alta adiposidade até a idade adulta, embora todos os filhotes fossem alimentados com ração padrão após o desmame. O aumento do peso corporal final, massa de tecido adiposo e glicose descendente do grupo gestante que recebeu dieta HC, indica que a dieta experimental foi capaz de produzir características obesogênicas na prole. De outro modo, o grupo gestante que recebeu dieta hipercalórica quando suplementado com probióticos diminuiu a adiposidade e o peso relativo do fígado na geração F1 tanto em machos quanto em fêmeas. Os machos também apresentaram aumento nos níveis de colesterol HDL. Ainda são necessários estudos mais profundos, porém tem-se que, como conclusão, o modelo experimental utilizado para a dieta hipercalórica com a suplementação de probióticos alterou parâmetros metabólicos dos animais da geração F0, com efeito nos animais de gerações F1 de camundongos C57Bl/6.