Potencializando estudos na conservação de primatas: utilização de drones para localizar espécies ameaçadas, com destaque para os muriquis (Brachyteles Spix, 1823), na Serra da Mantiqueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Larissa Paula lattes
Orientador(a): Andriolo, Artur lattes
Banca de defesa: Possamai, Carla de Borba lattes, Pissinati, Alcides lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16982
Resumo: Nas últimas décadas, os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), tornaram-se grandes aliados nos estudos da conservação, proporcionando melhores resultados na detecção de espécies ameaçadas, em comparação com as técnicas tradicionais de levantamento. Nesse contexto, pretende-se aqui, investigar quais espécies de primatas, especialmente os muriquis (Brachyteles hypoxanthus) e (Brachyteles arachnoides), podem ser melhor detectadas, a partir do uso de drones. As espécies de muriquis estão atualmente classificadas como "Criticamente Em Perigo” de extinção pela IUCN, principalmente devido à perda de habitat, caça ilegal e baixas taxas reprodutivas. No presente estudo, utilizou-se drones com câmeras térmicas de alta tecnologia para detectar primatas. Foram realizados 83 voos de drone, em 9 localidades distintas da Serra da Mantiqueira, totalizando 403 km percorridos, com distância média por voo de 4,855 km. O tempo total dos voos foi de 23 horas e 24 segundos, com média de 16 minutos e 26 segundos por voo. A partir de imagens térmicas e RGB foi possível registrar indivíduos das espécies Brachyteles arachnoides, Callicebus nigrifrons, Alouatta guariba e Sapajus nigritus. Os drones com câmera termal provaram ser fundamentais na localização de duas novas populações de muriquis-do-sul (Brachyteles arachnoides) na encosta leste da Serra da Mantiqueira, bairro Gomeral, município de Guaratinguetá e na RPPN Gigantes de Itaguaré, município de Cruzeiro, estado de São Paulo. Essas novas descobertas reduzem a área entre as populações do gênero para cerca de 46 km, sendo que os animais identificados em Cruzeiro, passam a ser a população de muriquis-do-sul mais próxima já registrada da população de muriquis-do-norte, presente no Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro. Também abordamos os desafios na pesquisa de primatas ameaçados, que sobrevivem em baixas densidades e habitam áreas remotas e relativamente extensas. Validamos a eficácia do uso de drones equipados com câmeras termais, como uma nova ferramenta de pesquisa para localizar primatas, especialmente espécies de ocorrência rara, de maneira rápida, reduzindo o tempo gasto e ampliando o esforço em áreas grandes e de difícil acesso, como na Serra da Mantiqueira. Além disso, nossos resultados contribuem para ampliar o conhecimento sobre a distribuição atual do gênero Brachyteles, especialmente na fronteira física das espécies, fornecendo orientações para futuras investigações baseadas na localização da Serra da Mantiqueira, o que permitirá uma definição mais precisa dessa fronteira na região.