Estudo bioacústico do formigueiro-assobiador (Myrmeciza loricata (Lichtenstein, 1823); Aves: Thamnophilidae) na Reserva Biológica Municipal Poço D’Anta, Juiz de Fora – MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Amorim, Thiago Orion Simões lattes
Orientador(a): Andriolo, Artur lattes
Banca de defesa: Arraut, Eduardo Moraes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1597
Resumo: O repertório vocal das aves é composto pelo canto e por chamados, e esses dois tipos de vocalizações se diferenciam em nível estrutural e funcional. O repertório vocal é uma ferramenta que pode ser utilizada para embasar estudos em sistemática, conservação, ecologia, além de ser uma informação bastante valiosa no comportamento de uma espécie. O formigueiro-assobiador (Myrmeciza loricata) é uma ave endêmica da Mata Atlântica brasileira pertencente à família Thamnophilidae, uma das mais importantes em número e espécies em toda a região Neotropical. O objetivo deste estudo foi descrever o repertório vocal do formigueiro-assobiador. O trabalho de campo foi realizado durante um ano na Reserva Biológica Municipal Poço D’Anta, Juiz de Fora – MG. As vocalizações foram gravadas por gravador digital portátil Zoom H4N e microfone condensador unidirecional, e cada evento vocal foi registrado em planilha de campo com a descrição do comportamento exibido. O programa RAVEN Pro. 1.3 forneceu os sonogramas das vocalizações para as mensurações dos parâmetros acústicos. O repertório vocal do formigueiro-assobiador é composto pelo canto e três tipos de chamados. A emissão do canto do macho desencadeou respostas de outros indivíduos presentes no entorno, o que pode sugerir que esta vocalização está relacionada com a defesa territorial. O chamado I - alarme foi emitido quando o observador caminhava pela trilha e se aproximava de um local onde havia indivíduos. Observou-se que o chamado II foi emitido por machos e fêmeas quando estavam próximos ou distantes um dos outros, e durante o vôo. O casal pode usar esse chamado para reconhecimento mútuo e para manterem contato. O chamado III foi observado durante o forrageamento e quando o macho se aproximava da fêmea. Foi observado que machos e fêmeas cantam em dueto e apresentam cantos distintos. Machos sempre iniciaram os duetos e fêmeas não foram observadas cantando sozinhas, elas cantavam em resposta ao canto emitido pelo macho. O dueto pode estar relacionado com a manutenção do casal e como uma forma de sincronizarem sua fisiologia reprodutiva, além de advertir a possíveis intrusos a condição de acasalado do indivíduo.