História natural de Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) (Aves: Pipridae) com ênfase na sua biologia reprodutiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Marçal, Bráulio de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/12878
Resumo: Antilophia galeata é uma espécie endêmica do Cerrado, uma província biogeográfica altamente ameaçada pela ação antrópica. A história natural da espécie é ainda mal conhecida, especialmente no tocante à sua biologia reprodutiva e comportamento de corte, com informações superficiais e baseadas em uma baixa amostragem. O presente estudo visa descrever de forma detalhada a biologia reprodutiva da espécie, seu comportamento de corte e determinar a área de vida no período reprodutivo. Os estudos foram conduzidos na Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal (CAF), em um fragmento florestal de aproximadamente 180 ha localizado em uma área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado. Indivíduos machos e fêmeas foram capturados em rede de neblina e anilhados com anilhas metálicas e uma sequência única de anilhas coloridas. Um total de 38 indivíduos foram anilhados, sendo encontrados 11 ninhos, seis dos quais puderam ser monitorados em atividade. Os ninhos encontrados são similares aos descritos para a família Pipridae, sendo do tipo cesto baixo/forquilha, com uma camada decorativa externa. O tamanho da ninhada foi de dois ovos por ninho, com período de incubação de aproximadamente 20 dias e período de ninhegos de até 18 dias. Todo o processo de construção, incubação e cuidados com a prole foram exclusivamente executados pelas fêmeas. A espécie nesse estudo não se mostrou territorialista no período reprodutivo como descrito na literatura, demonstrando ser uma espécie promíscua com comportamento de corte em leks, onde os machos se exibem para as fêmeas em forma de perseguições, ocupando extensas áreas para tal exibição. Foram mensuradas áreas de vida de 12 indivíduos, com média de 9 ha calculado pelo método Kernel e 5,8 ha pelo Mínimo Polígono Convexo. Algumas áreas de vida se estenderam por mais de 20 ha, com extrema sobreposição entre elas. O presente estudo contribui de forma significativa para a história natural da espécie, pois até então essa era considerada como apresentando um comportamento reprodutivo monogâmico e territorialista, com áreas de vida inferiores a 3 ha.