Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Nathália Felix de
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Orientador(a): |
Cunha Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da
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Banca de defesa: |
Oliveira, Mariângela Rios de
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Vieira, Amitza Torres
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1641
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Resumo: |
O presente trabalho descreve os usos sincrônicos do verbo “esperar” na língua portuguesa, partindo da hipótese de que os novos usos gramaticalizados revelariam um caminho de crescente (inter)subjetivização (FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995; TRAUGOTT & DASHER 2005; DAVIDSE, VANDELANOTTE & CUYCKENS, 2010). E que esse processo estaria vinculado à emergência de possíveis padrões construcionais (TRAUGOTT, 2003, 2008, 2009). A fim de comprovar tais hipóteses, realizamos também um levantamento diacrônico, o qual buscou comprovar, com maior propriedade, quais usos seriam anteriores e [- (inter)subjetivos]. Os dados sincrônicos recobrem tanto a modalidade oral quanto a modalidade escrita da língua. Os dados orais foram coletados em três corpora distintos, a saber: o corpus do “Projeto Mineirês: a construção de um dialeto”, o corpus do projeto “PEUL - Programa de Estudos sobre o Uso da Língua” e o corpus do projeto “NURC/RJ - Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro”. Já os corpora sincrônicos escritos foram compostos por textos disponíveis na Internet, retirados de blogs e de revistas de grande circulação nacional (“Revista Veja”, “Revista Isto é”, “Revista Época”, “Revista Caras”, “Revista Cláudia” e “Revista Ana Maria”). Os dados diacrônicos, por sua vez, foram selecionados do corpus do projeto “CIPM – Corpus Informatizado do Português Medieval” – e do corpus do projeto “Tycho Brahe”. Na análise dos dados, descrevemos pontualmente os diferentes usos do verbo “esperar”, bem como seus possíveis padrões construcionais. Além disso, consideramos a distribuição e a frequência de uso do verbo “esperar”, uma vez que assumimos que o levantamento da frequência pode atuar como um subsídio relevante na definição de processos de gramaticalização (BYBEE, 2003). Os resultados apontam que o verbo “esperar”, na língua portuguesa, partiu da acepção inicial e [- subjetiva] de “aguardar do tempo” e desenvolveu os usos [+subjetivos] de “volição” e “ter expectativa/contraexpectativa”. Nesse processo, o verbo “esperar” deixa de atualizar a noção aspectual de duratividade, que caracteriza sua acepção inicial. Atuando como volitivo, “esperar” se configura como um verbo modal, passando a projetar o futuro e, por sua vez, ao manifestar as expectativas (ou não) do falante, passa a indicar suas crenças no campo da hipótese. O verbo “esperar”, conforme verificamos, também figura em outras construções, como a construção “espera aí/peraí”, a qual, dentre as diferentes funções que pode exercer, se apresenta como marcador discursivo, revelando um uso [+ intersubjetivo] do verbo. |