Um passo à frente: história social de um rock brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fernandes, Victor Guilherme Pereira lattes
Orientador(a): Fernandes, Dmitri Cerboncini lattes
Banca de defesa: Neubert, Luis Flávio lattes, Pinto, Marcelo Garson Braule lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
MPB
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4427
Resumo: O trabalho que se segue busca elucidar a história social do gênero musical rock and roll no Brasil. Tal gênero tem sido tratado com certa indiferença por críticos e historiadores da música popular, reduzindo sua história social a ondas de popularidade aparentemente desconexas, marcadas pela jovem guarda e pelo surgimento do BRock na década de 1980. O tratamento dispensado ao rock and roll produzido no Brasil na década de 1970 é residual, inclusive na academia, contribuindo para a formação de uma imagem subdimensionada da produção musical daquele período. A pesquisa tem início com uma reconstituição do campo de produção da música popular brasileira da década de 1960, na qual se insere o nascente rock brasileiro, a fim de compreender como este gênero estrangeiro é recebido e interage com os demais gêneros populares com os quais concorria. Em seguida, procede-se a uma análise de trajetória com base na história da banda de rock A Bolha, conjunto que atravessa a década de 1970 enfrentando a falta de espaço para o gênero e a falta de interesse da mídia e da indústria fonográfica. Com isto, pretende-se descortinar as estruturas sociais vigentes constritoras do desenvolvimento do gênero naquele período. Trata-se de uma época marcada pelas restrições das liberdades civis em função do regime militar que vigorou de 1964 a 1985, o que foi, sem dúvida, fator fundamental para a conformação do campo de produção musical daqueles anos. A década de 1970 assistiu à consolidação da MPB como gênero musical dominante devido, entre outras coisas, ao prestígio acumulado na época dos festivais de música popular televisionados, à posição de enfrentamento ao regime, adotada pelos artistas que a ela se filiavam, e ainda, à aceitação da crítica e público consumidores por sua maior afinidade com as tradições musicais brasileiras pregressas. Por meio de uma análise estrutural do campo de produção musical à maneira bourdieusiana, pretende-se localizar os agentes tributários da constituição da representação social erigida em torno do gênero rock and roll no Brasil, de modo que se possa compreender como este segmento, que chegou a ameaçar o domínio da MPB em meados da década de 1960, passou a ocupar praticamente apenas os canais e espaços independentes da produção cultural que compõem a chamada “cena underground.”