Influência do uso do tabaco em população com múltiplas condições crônicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Galil, Arise Garcia de Siqueira lattes
Orientador(a): Bastos, Marcus Gomes lattes
Banca de defesa: Laizo, Artur lattes, Barra, Angela Aparecida lattes, Almeida, Geovana Brandão Santana lattes, Aguiar, Aline Silva de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3695
Resumo: O tabagismo representa um fator de risco para o desenvolvimento de complicações de doenças crônicas não transmissíveis, sendo classificado como uma delas e potencializador de outras condições semelhantes. Abordar tabagismo é intervenção custo-efetivo, em todos os níveis de atenção, prevenindo agravos, reduzindo tanto complicações quanto mortalidade cardiovascular e global. Para a população de alto risco cardiovascular (especialmente hipertensa, diabética e com doença renal crônica), com comorbidades presentes, parar de fumar pode ser a melhor intervenção a ser realizada. Em todas as intervenções que visem ampliar o alcance da cessação do tabaco, deve-se entender melhor o perfil dos fumantes de forma detalhada, e assim, traçar de forma efetiva, planos estratégicos para atenção individualizada e melhores resultados. Objetivos: Em usuários com múltiplas condições crônicas de alto e muito alto risco cardiovascular, identificar, conforme o uso do tabaco: 1. O perfil psicossocial, indicadores clínicos, metabólicos e comorbidades associadas; 2. As associações deste perfil de acordo com o uso do tabaco; 3. Avaliar temporalmente, num seguimento de 12 meses, indicadores clínicos (especialmente desfechos cardiovasculares e progressão da doença renal), segundo o uso do tabaco. Métodos: Estudo transversal, realizado no Centro HIPERDIA Minas Juiz de Fora, Brasil, que administra os pacientes com alto risco cardiovascular, hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença renal crônica. Resultados: Dos 1558 participantes, 12% eram fumantes; 41% ex-fumantes e 47% nunca fumaram. Na análise univariada, tabagismo atual foi associado com sexo, idade, atividade física, consumo de álcool, sintomas depressivos, excesso de peso, e aterosclerose. Nas análises multinomiais, várias doenças crônicas foram associadas com o uso atual ou anterior do tabaco; doença pulmonar obstrutiva cônica e doença aterosclerótica foram mais prevalentes entre os pacientes que eram fumantes. Não houve diferenças estatísticas significativas na avaliação longitudinal de desfechos clínicos ou velocidade da filtração glomerular, segundo o uso do tabaco. Conclusão: O tabagismo foi tão prevalente na populacao estudada quanto na população geral. Fumantes apresentavam pior perfil clínico comparado aos exfumantes ou aos que nunca fumaram. O apoio à cessação do tabagismo pode render benefícios consideráveis, aliado à redução de custos de cuidados com a saúde, especialmente, em população com múltiplas condições crônicas de alto risco cardiovascular.