Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Bernardo, Flávia Cristina
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Orientador(a): |
Miranda, Neusa Salim
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Banca de defesa: |
Albuquerque, Guiomar Silva de
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Tognetta, Luciene Regina Paulino
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2081
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Resumo: |
A presente dissertação vincula-se ao macroprojeto “Práticas de Oralidade e Cidadania” (FAPEMIG - APQ-02405-09), inscrito na linha de Pesquisa Linguística e Ensino de Língua do PPG Linguística - UFJF. O projeto tem por objetivo geral a investigação da crise das práticas linguísticas e interacionais no ambiente escolar e envolve subprojetos dissertativos e de tese. O presente estudo recorta, como objeto, a perspectiva instaurada por relatos discentes acerca das vivências escolares (“Conte um caso (bom ou ruim) que aconteceu com você ou algum colega seu na escola”). Para o alcance de nossas metas de pesquisa, elegemos como cenário investigativo 21 escolas da rede pública municipal de ensino de Juiz de Fora - MG, tomando 454 alunos do 9º ano do ensino fundamental como nossos sujeitos. A pesquisa constitui-se como um Estudo de Caso e adota procedimentos mistos - quantitativos e qualitativos - como método analítico dos dados. Os pressupostos teóricos nucleares que orientam nossa análise advêm da Linguística Cognitiva (LAKOFF, 1987; LAKOFF e JOHNSON, 1999, 2002; FILLMORE, 1982; SALOMÃO, 1999, 2009; CROFT & CRUSE, 2004; MIRANDA, 2002, 2009) e, em especial, da Semântica de Frames (FILLMORE, 1979, 1982 e 2006) e do projeto de anotação lexicográfica FrameNet (www.framenet.icsi.berkeley.edu). Das Ciências Sociais (FRIDMAN, 2000; ADELMAN, 2009; COSTA & VIEIRA, 2009), da Psicologia Moral (LA TAILLE, 2006), da Linguística Aplicada (FABRÍCIO, 2008; LOPES, 2008; RAJAGOPALAN, 2008), da Teoria de Gêneros (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004; BRÄKLING, 2010; BRONCKART, 2003) e da discussão ética que se ergue no campo da educação (MIRANDA, 2005; LEME, 2009; TOGNETTA, 2003, 2008) advêm os constructos críticos para a interpretação dos dados. Partindo da categoria analítica central – o frame, nossas análises conseguem configurar as principais cenas conceptuais evocadas pelos relatos discentes e estabelecer uma rede de relações hierárquicas entre frames. Nestes termos se delineia a análise semântica e se configura o mapa da crise da vida escolar, perspectivada pelos alunos. Quatro cenas ocupam o foco central: Indisciplina_Escolar, Ensino_Educação, Acidente e Relacionamento_Pessoal. Dentro do macroframe de Indisciplina_Escolar, ganha relevo o subframe Encontro_ Hostil que, presente em 72,2% dos casos, recobre distintas perspectivas para vivências de violência (física, verbal, psicológica, sexual e depredação). A sala de aula e a escola se delineiam como um espaço de valores em crise, de vivências conflitantes, visto que 66,88% das cenas desfavorecem ou mesmo impedem o processo de ensino-aprendizagem. Contudo, a avaliação negativa proferida pelos alunos acerca das cenas de violência que eles próprios protagonizam demarca a não naturalização dos conflitos, demonstrando que eles ainda reconhecem princípios éticos e morais. A busca por alguma forma de protagonismo – positivo ou negativo – é outro resultado relevante e aponta para um modo de repensar as práticas pedagógicas. Tais achados sugerem uma necessária equação entre os conteúdos disciplinares e a educação de valores na escola brasileira. |