Religião, secularização e política: os impactos da relação entre Bolsonaro e os evangélicos para o pluralismo democrático no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bisiati, Edson Lugatti Silva lattes
Orientador(a): Barboza Filho, Rubem lattes
Banca de defesa: Sousa, Diogo Tourino de lattes, Oliveira, Fabrício Roberto Costa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00143
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15211
Resumo: O presente trabalho objetiva analisar a relação entre religião e política no Brasil. Mais detidamente, os impactos que o elo político-religioso do governo Bolsonaro com o segmento evangélico inserido no cenário político podem causar no espaço público e na garantia de nossa pluralidade sociopolítica e sociorreligiosa. Partimos do debate sobre o fenômeno da secularização e o lugar do elemento religioso no mundo moderno e contemporâneo, sobretudo, das perspectivas teóricas e analíticas que enxergam a linguagem religiosa como parte do tecido social nas mais diversas sociedades. Sendo assim, nosso trabalho se insere tanto no campo da sociologia da religião, como na área da ciência política inclinada a observar o nexo entre a esfera do religioso com o do político. Nossa metodologia é qualitativa e se ampara numa ampla revisão de literatura, que versa sobre a secularização e o lugar do sagrado na modernidade e no contemporâneo; no campo das ciências sociais que investigam o fenômeno religioso evangélico no Brasil e nos trabalhos que analisam tanto o populismo de direita e extrema-direita, como os que observam o avanço conservador na política atual, especialmente o da realidade nacional. Isso nos permite observar a demografia religiosa mais recente do ocidente e do continente latino-americano, bem como a configuração e os impactos da presença evangélica no ambiente político brasileiro das últimas décadas, e examinar aspectos da relação política do governo de Bolsonaro com os evangélicos, como as nomeações de figuras do mundo evangélico para altos cargos no governo federal, decretos e leis do presidente em aceno ao segmento, e em especial os discursos, pronunciamentos e falas de Jair Bolsonaro e também de lideranças religiosas do grupo, norteadas por uma linguagem populista de fundo cristã reacionária. Após esse movimento, apresentamos nossa principal hipótese: em tese, a religião presente no espaço público não oferece um perigo aos regimes democráticos de fundo pluralista, mas quando cooptada por políticos populistas e lideranças religiosas reacionárias e intolerantes, como é caso de Bolsonaro no Brasil e de parcela significativa do segmento evangélico, configuram aspecto nocivo à política democrática.