Quadros de vida, quadros de morte: falência e ressurreição nas obras de Tatiana Salem Levy

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Rocha, Pedro de Freitas Damasceno da lattes
Orientador(a): Nascif, Rose Mary Abrão lattes
Banca de defesa: Pires, André Monteiro Guimarães Dias lattes, Silva, Maria Andréia de Paula lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1933
Resumo: Este trabalho se debruça sobre as obras de ficção da escritora Tatiana Salem Levy. Nas obras estudadas, é marcante a tendência que a vida tem para a calamidade, constantemente anunciada por tempestades, acentuando seu caráter imperativo e inevitável. Em contraposição, destaca-se igualmente sua capacidade de restauração que brota de ínfimas frestas do caos instalado no cenário em que se desenvolvem as ações. Nesta tensão, as personagens perdem suas referências e precisam reestabelecer-se de alguma forma para sentirem-se novamente integradas, preenchidas de vida. Outro ponto intrigante nas obras da autora é a constante parca possibilidade de identificação destas personagens, uma vez que na maioria dos casos elas não possuem nome e se fazem incógnitas para os leitores. É difícil estabelecer o motivo desta falta de identidade, se esta fora motivada pela perda, ou a perda apenas corrobora o sentimento de vazio e falta de traços identitários marcantes. Para o sujeito repleto de lacunas, a realidade é absorvida em pedaços, fragmentos colecionados e guardados como esboço de um ideal de vaga realidade a qual pertence e representa, acredita pertencer e representar, ou ainda, da qual deseja pertencer e representar. Estes fragmentos são monumentos da significação alegórica que determinam a passagem do tempo e da decomposição de seus elementos em detrimento da confirmação de perenidade da identidade fixa. Ou seja, da modificação do próprio sujeito que, ao ver-se apegado à determinada condição ou a fatos do passado de sua existência, embota o presente e deixa de vislumbrar o futuro. Constitui-se, assim, no fazer literário, no lugar da escrita, o espaço viabilizador da reafirmação da identidade perdida, uma vez que escrever como processo de busca ampara-se em um trabalho consciente do sujeito às disposições de si presente na sociedade que o circunda. O objetivo deste trabalho é estabelecer padrões de comportamento a partir das ações das personagens, partindo da ausência de um eu afirmativo que desempenha uma ação, e estratégias comuns de reconstrução de suas personalidades. Para tanto, destacarei algumas características notadas nos textos, que servirão de pilares estruturantes de minha argumentação, quais sejam: as perdas, os nomes, os espaços e os discursos.