Estados emocionais (Bhāva) e experiência estética (Rasa): os conceitos centrais da filosofia da arte indiana e alguns de seus desdobramentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Perez Junior, José Abílio lattes
Orientador(a): Berkenbrock, Volney José lattes
Banca de defesa: Teixeira, Faustino Luiz Couto lattes, Andrade, Clodomir Barros de lattes, Turci Júnior, José Rubens lattes, Gnerre, Maria Lucia Abaurre lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3783
Resumo: Iniciamos apresentando, em nosso primeiro capítulo, o texto inaugural da filosofia da arte indiana, o Nāṭyaśāstra de Bharatamuni, com nossa atenção voltada aos capítulos I, VI, VII e XXXVI, os quais constituem, ao nosso ver, o núcleo da doutrina central da estética indiana, no que tange às artes performáticas em geral, incluindo dança, teatro e música, assim como implicações no campo da poesia, escultura e artes visuais. Tal núcleo pode ser relacionado aos conceitos de estados emocionais (bhāva), experiência estética (rasa), planos expressivos (abhinaya) e mímese (anukīrtana) influência se exerce tanto no campo especulativo, quanto no âmbito das formas e estilos artísticos. Em nosso segundo capítulo, abordamos duas vertentes medievais que retomam o pensamento de Bharata e desenvolvem doutrinas especulativas, em estreita conexão a dimensão da soteriologia, central para o pensamento indiano como um todo. Temos, assim, o que chamamos de poética da paz, no xivaísmo de Abhinavagupta, em contraste com a poética do amor, do vaixinavismo de Rūpa Gosvāmin. Em nosso terceiro capítulo, dirigimos nossa atenção ao âmbito mais concreto das poéticas, formas e movimentos artísticos. Sob esse escopo, desenvolvemos três tópicos: i) a aplicação da poética de Bharata no poema Xacuntalá Reconhecida de Kalidasa (poeta de corte do século IV d.e.c) e o contraste que se pode estabelecer com a poética grega de Aristóteles; ii) o processo de classicalização de alguns estilos de danças indianas, em meio às transformações sociais que tomam lugar no período pré-independência (segunda metade do século XIX e primeira do século XX d.e.c), marcado pelo nacionalismo e pela absorção do vitorianismo; iii) a centralidade da poética de Bharata no processo intensamente assimilacionista que resulta na linguagem comercial do cinema de entretenimento de Bollywood. Nesses três tópicos de nosso último capítulo, fica constatada a abrangência e centralidade dos conceitos empregados por Bharatamuni no âmbito da produção e compreensão da arte indiana.