Ação da ldl oxidada na ativação plaquetária durante a dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Andrade, Fernanda Brandi lattes
Orientador(a): Hottz, Eugenio Damaceno lattes
Banca de defesa: Rezende, Alice Belleigoli lattes, Silva, Adriana Ribeiro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14229
Resumo: A dengue é causada pelo vírus da dengue (DENV) e transmitida principalmente pela espécie A. aegypti. Pode se apresentar desde um quadro assintomático até quadros de aumento do extravasamento vascular, hemorragia grave e comprometimento de órgãos, caracterizando a dengue grave. Concentrações elevadas de citocinas inflamatórias contribuem para o aumento da permeabilidade vascular e gravidade da dengue. Nos pacientes com dengue os níveis de citocinais inflamatórias são correlacionados significativamente com a trombocitopenia, que, por sua vez, está associada positivamente com a fase crítica da doença. Além das funções hemostáticas plaquetárias, as plaquetas também participam das respostas inflamatórias, ao secretar citocinas e quimiocinas, além de interagir com outras células imunológicas. A ativação plaquetária é descrita na dengue, podendo contribuir para a trombocitopenia e também para a inflamação exacerbada e gravidade da doença. Os estímulos de ativação plaquetária ainda não são completamente elucidados. Alterações lipídicas séricas, como redução da lipoproteína de baixa densidade transportadora de colesterol - LDL (do inglês lowdensity lipoprotein) são observadas no curso da infecção e associadas positivamente à gravidade. Esses dados corroboram com o fato do colesterol ser fundamental na replicação dos Flavivirus. Além disso, em um ambiente de resposta imunológica e inflamação exacerbada, podemos considerar um alto risco de peroxidação lipídica devido ao aumento do estresse oxidativo. Nesse sentido, é bem esclarecida a formação de compostos bioativos nas LDL oxidadas (oxLDL) que amplificam a resposta inflamatória ao ativar células imunológicas. Portanto, este trabalho teve como objetivo investigar a participação da oxLDL na patogênese da dengue, identificando mecanismos de ativação e apoptose plaquetária e secreção de mediadores inflamatórios pelas plaquetas. As LDL dos pacientes com dengue foram isoladas por gradiente de densidade e ultracentrifugação e avaliadas por teste T-BARS e Western Blot quanto à presença de aldeídos reativos (malondialdeído e 4- HNE, respectivamente) provenientes da peroxidação lipídica. Observou-se um aumento significativo da oxidação nas LDL dos pacientes com dengue. As plaquetas de voluntários saudáveis foram incubadas com LDL de pacientes com dengue em diferentes concentrações (0, 5, 10, 100 e 1000ng/mL) com ou sem trombina (0,02U/mL) e avaliadas por citometria de fluxo quanto à expressão de P-selectina, ativação da GPIIb/IIIa, expressão do receptor CD36 e apoptose (Anexina-V+/TMRE- ). Os sobrenadantes após os estímulos plaquetários com LDL de pacientes com dengue ou de indivíduos saudáveis foram recolhidos e analisados por ELISA quanto à secreção de mediadores inflamatórios (IL-1α, IL-1β, PF4/CXCL4, RANTES/CCL5 e MIF). Apesar do maior nível de oxidação das LDLs de pacientes com dengue, estas não foram capazes de induzir ativação, apoptose e secreção de mediadores inflamatórios plaquetários quando comparadas às LDL de voluntários saudáveis. Sendo assim, as oxLDL de pacientes com dengue branda com ou sem sinais de alarme não podem ser apontadas como contribuintes para a ativação plaquetária na dengue. Outros estímulos envolvidos na ativação plaquetária durante a dengue devem ser elucidados.