Prevalência e fatores associados ao supercrescimento bacteriano do intestino delgado em pacientes com doença de Crohn: estudo retrospectivo em um centro de referência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bertges, Erika Ruback lattes
Orientador(a): Chebli, Júlio Maria Fonseca lattes
Banca de defesa: Chebli, Liliana Andrade lattes, Penna, Francisco Guilherme Cancela e lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11961
Resumo: O supercrescimento bacteriano de intestino delgado (SBID) parece ser comum em pacientes com doença de Crohn (DC). A taxa de SBID tem sido estimada entre 15 a 45% neste cenário. Entretanto, diferenças demográficas, socioeconômicas e dos fatores relacionados à doença podem existir entre as populações da América do Sul e da América do Norte ou da Europa que podem limitar a generalização destes achados, uma vez que os dados são derivados principalmente de estudos norte-americanos ou europeus. Dessa forma, objetivamos estudar a prevalência e os preditores de SBID em pacientes ambulatoriais com DC e, paral tal, realizamos um estudo retrospectivo em que avaliamos os registros médicos eletrônicos de 110 pacientes com DC que haviam sido submetidos ao teste respiratório do hidrogênio e metano expirados para o diagnóstico de SBID, entre junho de 2011 e junho de 2016. Análise univariada foi realizada para investigar a potencial associação entre SBID e dados demográficos, relacionados à DC e marcadores sistêmicos de inflamação (proteína C-reativa e velocidade de hemossedimentação). Observamos que a prevalência de SBID foi elevada em pacientes com DC (30%). Os pacientes com e sem SBID foram comparáveis de acordo com os dados demográficos e de biomarcadores de inflamação sistêmica, bem como das características da DC, exceto pelo fenótipo estenosante, mais comum nos pacientes com DC e SBID (48.5% vs. 19.5%, p=0,002). A partir desses achados, concluímos que em pacientes brasileiros com DC, SBID é uma condição altamente prevalente. O fenótipo estenosante demonstrou forte associação com o SBID. O planejamento de um screening individualizado seguido por tratamento apropriado para SBID deve ser incluído como parte da melhoria na qualidade de cuidados a ser oferecida para os pacientes com DC.