Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Coldibeli, Larissa Pimenta
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Orientador(a): |
Paiva, Fernando Santana de
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Banca de defesa: |
Paiva, Sabrina Pereira
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Queiroz, Isabela Saraiva de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11998
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Resumo: |
A presente dissertação teve como objetivo identificar e compreender os itinerários terapêuticos de mulheres em situação de rua do município de Juiz de Fora (MG). Buscou-se responder a algumas perguntas chave, quais sejam: Como as mulheres em situação de rua se relacionam com a saúde e com os serviços de saúde? Quais os efeitos das relações desiguais de gênero vigentes na sociedade capitalista e patriarcal na saúde dessas mulheres? Para tal, optouse pela realização de um estudo qualitativo, utilizando-se como estratégia metodológica a etnografia multilocal, e como técnicas para construção dos dados, a observação participante, bem como a realização do diário de campo. Duas mulheres em situação de rua foram acompanhadas em suas trajetórias de busca por cuidados em saúde, e as observações foram feitas também na Casa de Passagem para mulheres, nos locais por onde circulava o Consultório na Rua, e no Fórum da População em Situação de Rua, totalizando 16 meses de imersão no campo. A partir da experiência no campo, foi possível identificar que dois elementos, predominantemente, gerenciam e organizam os itinerários terapêuticos das mulheres participantes desta pesquisa: o gênero, que implica formas de relacionamentos, necessidades e histórias marcadas pelo significado, papeis e posições da mulher na sociedade; e os atravessamentos das instituições presentes cotidianamente na vida dessas mulheres, sejam elas os serviços de Saúde e da Assistência Social, ou o aparato policial e a religião que assumem tais formas. Percebeu-se, ainda, que compreender os itinerários terapêuticos de mulheres em situação de rua revelou-se como uma forma de escuta e descoberta de seus itinerários pela vida, exigindo uma compreensão ampla, dialética e histórica da noção de “saúde”. Para estas mulheres, os itinerários terapêuticos referem-se não somente às práticas e percursos de significação e produção de cuidados mas, principalmente, à sua própria existência e possibilidades de produção de vida. |