Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Matheus Henrique
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Orientador(a): |
Paiva, Fernando Santana de
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Banca de defesa: |
Pereira, Viviane Souza
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Ximenes, Verônica Morais
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12487
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Resumo: |
A presente dissertação tece os movimentos de uma pesquisa qualitativa cujo objetivo foi compreender as experiências de humilhação e vergonha vivenciadas pela População em Situação de Rua (PSR) no itinerário pela cidade de Juiz de Fora (MG), analisando o impacto que tais experiências geram na circulação deste segmento no processo de habitar a cidade. O fenômeno PSR é antigo em sua historicidade de (in)visibilidades nos mais diversos contextos, e só conseguiu a atenção do Estado brasileiro recentemente mediante a Política Nacional para a População em Situação de Rua em 2009. As experiências de humilhação e vergonha surgem contornando os itinerários da PSR e estão intrinsecamente ligadas às violências produzidas pelos diversos atores sociais que atuam com o referido grupo. Sendo assim, há uma forte cultura nacional que perpetua o sentimento de segregação e repressão dessas pessoas, situação essa que se materializa nas ações violentas e gera impactos significativos na vida da PSR. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa em que foram empregadas três técnicas para a construção dos dados, quais sejam: a observação participante, o diário de bordo e as entrevistas semiestruturadas. Ao todo, foram realizadas nove entrevistas e todos os participantes foram acessados durante a circulação pelo campo que, a priori, não estabeleceu um espaço físico delimitado, apenas reproduzindo os caminhos familiares realizados pela população supracitada. Os resultados indicam que a rua não é só parte de um recorte geográfico, mas também um lugar de luta, resistência e produção de vida. Nesta direção, as experiências de humilhação e vergonha se manifestam através das violências sofridas diariamente, produzindo e fixando lugares de subalternidade no plano social. O saldo dessas situações também é expresso na formação de itinerários artificiais percorridos pela PSR no âmbito da cidade, em grande parte mediados pela necessidade de acessar serviços básicos. Os achados evidenciam as contradições existentes no viver nas ruas, ora expresso pela PSR como acolhedor e libertário, ora como algo que mina o viver, solitário e humilhante. Os resultados também indicam que as experiências relacionadas à precária inserção no mundo do trabalho, o uso de drogas e as diferentes estratégias de sobrevivência adotadas pela população supracitada também fazem parte deste complexo cenário e compõem essas circulações. |