Comparação entre a betametasona associada ou não à hialuronidase no tratamento tópico da fimose – ensaio clínico randomizado e duplo cego

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Rosa Maria Silva Nunes e lattes
Orientador(a): Bastos Netto, José Murillo lattes
Banca de defesa: Andrade, Elisabeth Campos de lattes, Pileggi, Flávio de Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16774
Resumo: Fimose pode ser definida como a incapacidade de retração do prepúcio impedindo a exposição parcial ou completa da glande. O diagnóstico é clínico e o uso corticosteroides tem sido uma opção de tratamento. Diferentes regimes de tratamento e diferentes agentes têm sido usados. A associação da Hialuronidase à Betametasona tem sido proposta para aumentar a absorção e melhorar os resultados esperados. No entanto, o uso prolongado pode estar associado à absorção do corticosteroide e ao comprometimento do eixo do cortisol. Objetivos: Comparar a eficácia do tratamento tópico com Betametasona isolada à sua associação com Hialuronidase, avaliar a absorção sistêmica do cortisol e identificar fatores que predispõem o sucesso do tratamento tópico da fimose em crianças de 3 a 10 anos de idade. Método. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, que envolveu 152 participantes (3 a 10 anos de idade) com fimose. As crianças foram divididas em dois grupos: grupo A - Betametasona associada à Hialuronidase (Valerato de Betametasona 2,5 mg/g + Hialuronidase 150 UTR) e grupo B - Betametasona (Valerato de Betametasona 2,5 mg/g). Antes de iniciar o tratamento, os participantes foram examinados para a identificação do tipo de fimose pela classificação proposta por Kayaba. Os responsáveis foram orientados sobre o uso da pomada (duas vezes dia, após higiene, por 60 dias) e sobre a coleta para dosagem de cortisol salivar às 23h e 9h, antes e após o tratamento. Os participantes foram avaliados com 30 e 60 dias e todos que não obtiveram sucesso no tratamento, tiveram a pomada trocada para iniciar novo protocolo. Foram realizados o Teste Exato de Fisher e o Teste T Pareado para o tratamento dos dados. Resultados: Apresentaram sucesso com o tratamento proposto 90 (69,77%) dos participantes, sendo a taxa de sucesso do Grupo A de 75,38% versus 64,06% do Grupo B; p=0,18. A absorção sistêmica do cortisol saliva, avaliada pela dosagem do cortisol salivar, não apresentou diferenças após intervenção (p>0,05), mostrando que não existe absorção sistêmica quando utilizadas as pomadas com ou sem associação da Hialuronidase. Já os fatores idade (OR = 0,98 – IC: 0,97 - 1,00), aderência (OR = 1,49 – IC: 0,53 - 4,16), balanopostite (OR = 1,85 – IC: 0,47 - 7,19), uso de corticoide prévio (OR = 1,21 – IC: 0,53 - 2,72) também não influenciaram na resposta ao tratamento. Conclusão. A associação da Hialuronidase à Betametasona 0,25% no tratamento tópico da fimose por um período de 60 dias não mostrou melhor resposta ao tratamento, porém, mostrou-se como método seguro e eficaz, com bons resultados. Os fatores analisados não foram capazes de predizer a resposta clínica esperada.