Maíra, de Darcy Ribeiro: nas linhas da ficção, uma outra história do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Vanessa Aparecida de Almeida Gonçalves lattes
Orientador(a): Daibert, Bárbara Inês Ribeiro Simões lattes
Banca de defesa: Carvalho, Luiz Fernando Medeiros de lattes, Faria, Alexandre Graça lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5951
Resumo: O objetivo dessa dissertação é discutir a maneira como o antropólogo Darcy Ribeiro problematiza as questões referentes à representação identitária e histórica do índio no Brasil, a partir da construção de uma narrativa díspare e pluridiscursiva. Para isso, o objeto de análise será a obra Maíra, romance de inauguração do escritor, por esta ser relevante na busca da desconstrução do arquétipo do índio como bom selvagem, demonstrando a importância da cultura indígena em si e não somente em função da constituição da cultura brasileira. A partir das lacunas da história oficial é que podemos ouvir vozes que foram esquecidas ou silenciadas; no romance, podemos observar a apropriação de um passado esquecido em paralelo com o presente dissonante. Nesta perspectiva, incialmente, procura-se demonstrar a importância da relação Literatura e História no contexto contemporâneo e igualmente como a literatura pode reconstruir e ressignificar os acontecimentos históricos, de maneira que tal releitura recupera e apresenta toda uma tradição cultural estereotipada pela ideologia eurocêntrica. Além disso, no romance, Darcy Ribeiro acaba por discutir questões relativas a cultura e identidade dos povos indígenas representados pelos mairuns, desdobrando a reflexão da identidade por meio da especificidade, da heterogeneidade e da diferença, uma vez que o conceito de identidade nacional não corresponde à fragmentação e à descentralização do indivíduo e das culturas.