Estresse infantil, escolaridade e contexto familiar: um estudo com alunos do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Toledo, Thaís Costa de lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marisa Cosenza lattes
Banca de defesa: Pereira Silva, Nara Liana lattes, Brasio, Karina Magalhães lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1057
Resumo: A literatura vem demonstrando que o estresse, um dos problemas mais comuns que o homem moderno enfrenta na atualidade, tem alcançado grande relevância no Brasil e no mundo, sobretudo no que tange a sua sintomatologia na infância. O estresse pode causar danos ao desenvolvimento humano ao acarretar dificuldades ou desvantagens para a qualidade física e emocional da criança. Ainda, variáveis presentes nos contextos escolar e familiar podem atuar como desencadeadoras do estresse infantil ou como suporte promotor de desenvolvimento saudável. Diante disso, objetivou-se investigar o estresse infantil em alunos do ensino fundamental, bem como avaliar, em um subgrupo desses, possíveis aspectos familiares e escolares que poderiam estar atuando como fatores de risco e/ou proteção. Participaram da primeira etapa da pesquisa 103 alunos do 2º e 3º anos do ensino fundamental de uma escola pública federal mineira (idade média de 7 e 8 anos), seus pais e professores. Para o rastreio de alunos com indícios significativos de estresse, foi aplicada, coletivamente, a Escala de Stress Infantil – ESI. A correção padronizada da escala apontou 63 crianças com índices expressivos de estresse (61,2%). Deste total, 28 crianças (44,5%) foram identificadas como estando nas duas últimas fases do estresse – quase-exaustão e exaustão. Delimitou-se, a partir destes dados, um subgrupo com os 20 participantes que apresentaram os maiores índices de estresse. Nesta etapa da pesquisa pais e professores foram entrevistados com roteiros que abordaram três temáticas, envolvendo 16 perguntas no caso das entrevistas com os pais e 14 questões, no caso das professoras. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que tanto pais como professores acreditam na ocorrência de sintomas de estresse na infância, associados a alterações comportamentais e reações fisiológicas. Na perspectiva dos pais, além da dificuldade de implementação de estratégias preventivas ao estresse, fatores familiares, como relacionamento conflituoso no âmbito familiar, irregularidade da rotina infantil, dificuldade das crianças em lidar com regras e limites, foram apontados como significativos estressores infantis. Em relação ao discurso das docentes, alterações comportamentais e a ocorrência de sintomas somáticos foram associadas aos fatores familiares e àqueles intrínsecos à criança e a sua rotina. Indica, ainda que, a maioria das crianças manifesta comportamentos preocupantes que exigem atenção individual, incluindo o comportamento desafiador, além de um relacionamento conflituoso com suas professoras. Ressalta-se, portanto, a necessidade de implementação de novos estudos que possam oferecer subsídios para a geração de ações promotoras de desenvolvimento emocional e social dessas crianças a partir da delimitação das potenciais fontes geradoras do estresse nesses contextos.