Fatores de risco e de proteção associados ao desenvolvimento de estresse em uma amostra de policiais rodoviários federais do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Léa Pintor de Arruda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-28092022-091246/
Resumo: Introdução: São escassas as pesquisas que objetivam avaliar a saúde emocional e ainda mais raras as que estudam policiais rodoviários. No Brasil, esse profissional é responsável diversas responsabilidades, desde o primeiro atendimento às vítimas de acidentes até enfrentamento de traficantes. Este estudo teve como objetivo verificar os fatores de risco e proteção para o desenvolvimento de estresse, além da saúde mental desses profissionais. Metodologia: estudo transversal com amostra aleatória estratificada de policiais rodoviários federais do estado de São Paulo (n=223) convocados entre 2014-2015. Os desfechos responderam aos tipos de estresse, estresse ocupacional, sintomas de transtornos pós traumático (TEPT), transtornos mentais comuns (TMC) e burnout (dimensões exaustão emocional e despersonalização), os instrumentos utilizados para levantamento foram: Inventário de Sintomas para Adultos de Lipp (ISSL), Escala de Vulnerabilidade do Estresse no Trabalho (EVENT), Escala de Impacto do Evento - Revisada (IES-R), Self Report Questionnaire (SRQ20) e Inventário de Burnout de Maslach (MBI-HSS). Para as variáveis independentes, foi aplicado o questionário geral (sociodemográficas e ocupacionais). Análises Estatísticas: utilizado o software STATA 8.0 (for Windows), a razão de prevalência (RP) empregada como medida de associação seguida pelo intervalo de confiança de 95%, a hipótese nula foi refutada para (p<0,05). As variáveis independentes foram organizadas em 8 modelos e inseridas na regressão logística. Resultados: Os principais fatores de risco e proteção associados para as variáveis sociodemográficas foram: lazer (proteção - estresse, estresse ocupacional, TETP, TMC, exaustão emocional e despersonalização); formação superior (risco - estresse e estresse ocupacional); sexo masculino (proteção exaustão emocional e risco despersonalização); ter filhos (proteção estresse ocupacional) e, enfim, sofrer processo penal (risco - estresse ocupacional e TETP). A ideação suicida foi associada como fator de risco para o estresse. As variáveis sobre autopercepção satisfação/descontentamento com o trabalho associadas foram: satisfação com o trabalho (proteção estresse, estresse ocupacional, TMC, exaustão emocional e despersonalização); remuneração insuficiente (risco estresse e estresse ocupacional). As variáveis de autopercepção sobre as condições físicas e mentais foram: insônia (risco estresse, estresse ocupacional, TETP, TMC e despersonalização); rotina estressante (risco estresse ocupacional, TMC, exaustão emocional e despersonalização). As percepções das condições de trabalhos ofertadas pela cooperação foram: falta de treinamento (risco estresse); falta de apoio institucional (risco estresse ocupacional); ambiente saudável de trabalho (proteção estresse ocupacional, TMC, exaustão emocional e despersonalização). Dentre as variáveis que podem gerar conflito na família estão: ser agressivo (risco despersonalização); rotina de trabalho interferindo na vida familiar (risco estresse, estresse ocupacional, TMC, exaustão emocional e despersonalização). Finalizando, as autopercepções que podem gerar estresse agudo no trabalho são: lidar com infratores e delinquentes (risco estresse ocupacional, exaustão emocional e despersonalização). Conclusão: o adoecimento desses profissionais é fato, porém, compreender que existem ações como treinamento de resiliência, acompanhamentos sobre a saúde mental e física, mudanças nas rotinas organizacionais que podem influenciar, controlar e promover o bem-estar é primordial para que esses servidores possam desempenhar suas atividades para com a segurança pública de modo seguro e eficiente