O papel da prosódia no processamento sintático de sentenças garden-path

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Araújo, Vanessa Cristina de lattes
Orientador(a): Name, Maria Cristina Lobo lattes
Banca de defesa: Albuquerque, Guiomar Silva de lattes, Magalhães, José Olímpio de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1494
Resumo: Este estudo tem como objetivo investigar a influência da prosódia no processamento sintático de sentenças que possuem ambiguidades estruturais temporárias, conhecidas na literatura psicolinguística como sentenças Garden-Path. Assim, toma-se como hipótese de trabalho que os ouvintes nativos do Português Brasileiro (doravante PB) utilizam as pistas prosódicas como facilitadoras no processamento sintático das sentenças em estudo. Quanto à abordagem teórica utilizada, assume-se o modelo proposto por Corrêa (2006; 2009) que integra teoria linguística, mais especificamente o Programa Minimalista (CHOMSKY, 1995; 1999) com modelos de processamento linguístico como o Bootstrapping Fonológico (MORGAN & DEMUTH, 1996; CHRISTOPHE et al., 1997). Considera-se ainda a Fonologia Prosódica (NESPOR &VOGEL, 1986) que fundamenta a concepção de interface entre os níveis prosódico e sintático. A fim de encontrar evidências a favor da hipótese assumida neste trabalho, foi desenvolvida uma atividade experimental, tendo como base o estudo de Gayle Dede (2010) em língua inglesa. Ouvintes nativos do PB foram expostos a pares de sentenças lexicalmente idênticas, porém com contornos prosódicos distintos. Nas frases (a) utilizaram-se verbos com dupla transitividade como acordava em “Enquanto a mãe acordava os filhos faziam seu café”, seguidos de expressões que podem ser interpretadas como complementos destes (os filhos no exemplo). Já nas frases (b), utilizaram-se verbos intransitivos como caminhava em “Enquanto a mãe caminhava os filhos faziam seu café”, nas quais as expressões que os seguem não podem ser interpretadas como complementos. Os contornos prosódicos, tanto em (a) quanto em (b), levavam a interpretação da expressão temporariamente ambígua, ora como sujeito do verbo da oração principal (condição (P1)), ora como complemento do verbo da oração subordinada (condição (P2)). Os resultados encontrados vão ao encontro da hipótese inicial de que as pistas prosódicas exercem influência no processamento sintático de sentenças Garden Path.