Controle autonômico e hemodinâmico em pacientes com cirrose hepática: efeitos do exercício físico submáximo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mira, Pedro Augusto de Carvalho lattes
Orientador(a): Laterza, Mateus Camaroti lattes
Banca de defesa: Trevizani, Gabriela Alves lattes, Martinez, Patrícia Fernandes Trevizan lattes, Pace, Fábio Heleno de Lima lattes, Colugnati, Fernando Antônio Basile lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6476
Resumo: A presente tese é composta de dois artigos originais que objetivaram elucidar o controle autonômico e hemodinâmico de pacientes com cirrose hepática e os efeitos do exercício físico submáximo sobre essas variáveis. Para o primeiro estudo, identificamos extensa literatura demonstrando prejuízo da função barorreflexa de controle da frequência cardíaca em pacientes com cirrose hepática. Além disso, encontramos também estudos que atestaram que o ganho desse sistema reflexo está ainda mais prejudicado nos pacientes que desenvolveram descompensação secundária à hipertensão portal. No entanto, até o momento, nenhum estudo havia comparado a latência desse sistema reflexo entre pacientes com cirrose hepática com e sem ascite. Então, recrutamos 10 pacientes com ascite e 11 não ascíticos, de ambos os sexos. Foram estimados o ganho e a latência da função barorreflexa de controle da frequência cardíaca. Nesse estudo observamos que o ganho da referida função nos pacientes com ascite está diminuído tanto para aumento e quanto para diminuição da pressão arterial em comparação aos indivíduos sem ascite. Além disso, mostramos também que a latência está aumentada nos pacientes com ascite. Logo, concluímos que pacientes com cirrose hepática e ascite apresentam redução do ganho e aumento da latência da função barorreflexa de controle da frequência cardíaca. No segundo estudo, identificamos escassez de investigações que tenham abordado a hipotensão pós exercício físico e os mecanismos relacionados a esse fenômeno em pacientes com cirrose hepática. Apenas dois estudos reportaram resultados referentes à essa temática. No entanto, esses estudos não foram desenhados para investigar a recuperação pós exercício físico especificamente. Com isso, investigamos, em pacientes com cirrose hepática, a hipotensão pós exercício físico e os mecanismos hemodinâmicos e autonômicos relacionados a esse fenômeno. Para isso, recrutamos 13 pacientes com cirrose hepática (12 Child A e 1 Child B) de ambos os sexos. Eles foram submetidos à duas intervenções: exercício físico e controle. No dia exercício físico, observamos pequena redução da pressão arterial sistólica após 30 minutos de recuperação, mas não após 60 minutos. Esse efeito foi secundário à redução do volume sistólico, uma vez que a resistência vascular periférica total não foi alterada. Por outro lado, no dia controle, a pressão arterial aumentou durante o período pós intervenção devido ao aumento na resistência vascular periférica total. Isso porque o volume sistólico também estava reduzido após a intervenção controle. Além disso, observamos aumento da hiperemia reativa apenas após a realização do exercício físico. Entretanto, o fluxo sanguíneo e à resistência vascular do antebraço não foram alterados durante o período de recuperação. De maneira semelhante, também não foram observadas alterações na modulação autonômica cardíaca após as intervenções exercício físico e controle. Contrariamente, a função barorreflexa de controle da frequência cardíaca apresentou modificações durante o período de recuperação. No dia exercício físico, foi observado redução do ganho da referida função, principalmente para aumentos na pressão arterial. De maneira contrária, após a intervenção controle, foi observado aumento do ganho da função barorreflexa, principalmente para diminuição da pressão arterial. Por outro lado, a efetividade de atuação da função barorreflexa aumentou durante a recuperação pós exercício físico e permaneceu inalterada após a intervenção controle. Concluímos que pacientes com cirrose hepática exibem, durante a recuperação pós exercício físico, pequena redução da pressão arterial sistólica devido à diminuição no volume sistólico; aumento de hiperemia reativa; manutenção do fluxo sanguíneo e resistência vascular do antebraço e da modulação autonômica cardíaca; diminuição do ganho da função barorreflexa até 30 minutos pós exercício físico, sendo re-estabelecida aos 60 minutos; e, por fim, aumento da efetividade da função barorreflexa