Prejuízo na recuperação da frequência cardíaca após exercício físico em pacientes com cirrose hepática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Zamperlim, Tuany Mageste Limongi lattes
Orientador(a): Laterza, Mateus Camaroti lattes
Banca de defesa: Barbosa, Kátia Valéria Dias Bastos lattes, Freitas, Isabelle Magalhães Guedes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11414
Resumo: Introdução: O descenso da frequência cardíaca após o término do exercício físico é utilizado como medida indireta do controle autonômico cardíaco, associado a prognóstico cardiovascular. Como pacientes com cirrose hepática apresentam disfunção autonômica cardíaca em repouso é possível que esses pacientes também apresentem esse fenômeno na recuperação após o exercício físico. Objetivo: Avaliar a recuperação da frequência cardíaca após o teste de caminhada de 6 minutos e sua correlação com marcadores bioquímicos de pacientes com cirrose hepática. Metodologia: Foram avaliados 24 pacientes com cirrose hepática (grupo cirrótico, 21 child A e 3 child B) e 24 indivíduos sem doença do fígado (grupo controle) pareados por idade (57±10 vs. 53±11 anos, p=0,21, respectivamente) e sexo (7 mulheres e 17 homens no grupo cirrose e 13 mulheres e 11 homens no grupo controle, p=0,07). Foi realizada análise do eletrocardiograma para excluir os voluntários com qualquer distúrbio de origem cardiovascular. O exercício físico foi realizado por meio do TC6min, nesse teste o voluntário deveria caminhar a maior distância no período de 6 minutos. O registro da frequência cardíaca (Polar RS800CX) foi realizado por 10 minutos com o voluntário em repouso, ao longo do TC6min e por 3 minutos de recuperação. O TC6min foi realizado duas vezes, com intervalo de 10 minutos entre as tentativas. Os dados reportados são referentes ao teste que o voluntário percorreu maior distância. O descenso da frequência cardíaca foi calculado pelo delta (Δ) absoluto entre os três primeiros minutos de recuperação e o pico registrado no término do TC6min. Anova de 2 fatores e o teste t de Student foram realizados, considerando significativo p≤0,05. Resultados: O grupo cirrótico percorreu menor distância no TC6min quando comparado ao grupo controle (435±100 vs. 560±92 m; p=0,01, respectivamente). Em ambos os grupos a frequência cardíaca no pico e nos três minutos de recuperação permaneceu significativamente maior em relação ao repouso (grupo cirrótico: Repouso=68±12bpm, Pico=100±11bpm, REC1=79±13bpm, REC2=74±13bpm e REC3= 71±13bpm vs. grupo controle: Repouso=71±11, Pico=113±20bpm, REC1=85±16bpm, REC2=79±15bpm e REC3=77± 15bpm) (efeito tempo, p<0,01) e se comportou de maneira semelhante nesses momentos (efeito grupo, p =0,09). Porém, o grupo cirrótico apresentou menor descenso da frequência cardíaca no primeiro minuto de recuperação (Δ= 20±8 vs. 27±10 bpm), no segundo minuto de recuperação (Δ = 26±12 vs. 34±13 bpm) e no terceiro minuto de recuperação (Δ = 29±12 vs. 35±14 bpm) com efeito do tempo de p=0,01 e grupo p=0,05. Além disso, foi observada correlação positiva do delta nos três minutos de recuperação da frequência cardíaca e os valores de albumina (1ºMIN: R=0,50; P=0,01; 2ºMIN: R=0,47;P=0,01;3ºMIN: R=0,43;P=0,03). Também foi observado correlação negativa da transaminase AST com os três deltas de recuperação da frequência cardíaca (1ºMIN: R=- 0,48;P=0,01; 2ºMIN: R=-0,44;P=0,02; 3ºMIN: R=-0,42;P=0,03). Conclusão: Pacientes com cirrose hepática apresentam menor descenso da frequência cardíaca na recuperação após TC6min. Além disso, a recuperação da frequência cardíaca foi associada aos marcadores bioquímicos de função e lesão hepáticas.