Influência de microbacias hidrográficas na estrutura, diversidade e composição florística de uma floresta ombrófila densa na Serra da Mantiqueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, André Luiz lattes
Orientador(a): Carvalho, Fabrício Alvim lattes
Banca de defesa: Menini Neto, Luiz, Ribeiro, José Hugo Campos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10089
Resumo: A Política Nacional de Recursos Hídricos propõe como unidade geomorfológica estratégica para manejo da paisagem a bacia hidrográfica. O Parque Estadual da Serra do Papagaio (PESP), têm microbacias hidrográficas (MB) de diversos tamanhos e ordens de grandeza cobertas por Floresta Ombrófila Densa Altomontana (FODAM). Os objetivos desse estudo foram inventariar, analisar e comparar a composição florística e estrutura da comunidade arbórea em cinco MB na FODAM do PESP. Foram alocadas cinco parcelas permanentes de 20 x 20 m por MB e mensuradas as árvores com diâmetro a 1,30 m do solo ≥ 5 cm, a declividade do terreno e a abertura do dossel. A área e ordem de drenagem foram obtidas no programa Google Earth Pro e curvas de nível (1:25.000). As variáveis ambientais e estruturais foram testadas pelo teste de Shapiro-Wilk e as diferenças entre MB pela ANOVA e teste de Tukey. A diversidade e equabilidade foram verificadas via índices de Shannon-Weaver (H') e Pielou (J’) respectivamente. Os valores de H’ das MB foram comparados por teste t de Hutcheson. A riqueza de espécies por MB foi verificada por rarefação, ordenação das diferenças e similaridades de Bray-Curtis e Jaccard por escalonamento multidimensional não métrico (NMDS) e análise de similaridades (ANOSIM). Foram encontradas 31 famílias, 54 gêneros e 79 espécies, representadas por 2.172 indivíduos. As famílias mais ricas foram Myrtaceae (11), Melastomataceae (8), Lauraceae (8), Asteraceae (6), Rubiaceae (4). O valor H’ da amostra foi de 3,69 nats. ha-1 e a equabilidade J’= 0,84, enquanto que nas MB o H’ variou entre 2,88 nats.ha-1 (MB1) e 3,53 nats.ha-1 (MB4).O teste t de Hutcheson indicou que MB1 tem a menor diversidade de todas, MB3 é menos diversa que MB2, MB4 e MB5, que são iguais entre si. A rarefação mostrou que MB1 e MB3 têm menores riquezas de espécies, MB4 e MB2 são iguais e MB5 é a mais rica. O NMDS gerou três grupos(G) florísticos: G1 (MB1), G2 (MB3) e G3 (MB 2, 4 e 5). A ANOSIM comprova esses resultados (Jaccard (R=0,4651; P=0,001); Bray-Curtis (R=0,4538; P=0,001). A ANOVA apontou diferenças (p< 0,05) entre as áreas basais, diâmetros médios e abundâncias das MB. O teste de Tukey indicou que a área basal da MB2 é maior que da MB 4, a abundância da MB1 foi menor que da MB3 e da MB4. Os resultados encontrados indicam que a área encontra-se em estágio sucessional secundário avançado, com diversidade e estrutura semelhante à outras áreas estudadas na Mantiqueira consideradas florestas maduras. As diferenças entre MB corroboram com a politica nacional de recursos hídricos, pois, a MB serve de unidade fisiográficas estratégica para estudos do uso e ocupação do solo. Conclui-se que existe diferença entre estrutura, composição e diversidade das MB da FODAM do PESP. Esta é importante para conservação e propagação de espécies deste ecossistema na Serra da Mantiqueira. Comunidades vegetais devem ser investigadas tomando como unidade estratégica suas MB.