Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Chaves, Ana Paula Dessupoio
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Orientador(a): |
Musse, Christina Ferraz
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Banca de defesa: |
Thomé, Cláudia de Albuquerque
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Falabella, Márcia Cristina Vieira
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Santos, Clóvis Domingos dos
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Ramos, Rosangela Patriota
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Comunicação
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Departamento: |
Faculdade de Comunicação Social
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16551
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Resumo: |
A pesquisa investiga como a produção crítica de Yan Michalski, publicada no Jornal do Brasil, de 1964 a 1982, é reveladora da emergência de uma crítica teatral contemporânea. Neste estudo, procuramos refletir sobre um período em que a crítica teatral era abrigada pelos jornais. A década de 1940 é fundadora para a crítica teatral moderna, no que se refere à sua profissionalização, assim como os anos 1950 serão importantes para os jornalistas. Os críticos dessa geração também vão tentar criar parâmetros para nortear uma atividade que se baseava na subjetividade. Já na década de 1950 temos a modernização da imprensa brasileira, que engloba desde a renovação das redações até a adoção de técnicas narrativas específicas, como o lead, a pirâmide invertida, além da criação da figura do copidesque. Objetividade, imparcialidade e neutralidade passaram a figurar entre os atributos de um bom texto jornalístico. Nesse contexto, Yan Michalski começa a escrever no JB, mais especificamente em 1963, quando substituiu a crítica Bárbara Heliodora, em algumas situações, e em 1964 foi contratado pelo jornal, assumindo a coluna de teatro. Nesse período, o impresso foi um dos propulsores do jornalismo cultural e dedicava um caderno especial para assuntos que envolviam a temática. No Caderno B, Michalski publicava os textos quase diariamente e tinha a oportunidade de escrever mais de uma crítica sobre um mesmo espetáculo. Para a análise do objeto utilizamos a perspectiva do “paradigma indiciário” (GINZBURG, 1989) e da “virada afetiva” (MORICEAU, 2019). Resgata-se, por meio das críticas teatrais, rastros discursivos, cujas formas narrativas foram capazes de revelar sentimentos que trazem a ideia de transição, e assim foram transformados em categorias e subcategorias. Da leitura de sua obra crítica ressaltam-se a continuidade, que se manifesta no apego ao modelo de crítica teatral moderna, mas, ao mesmo tempo, temos a presença da ruptura, que aparece quando Michalski antecipa algumas características da crítica contemporânea. Assim, denominamos que a crítica teatral escrita por Yan Michalski foi uma “crítica de transição”, aquela que fica entre regimes históricos, um texto fronteiriço que traz marcas da instabilidade e da latência. Uma crítica teatral do “entre-lugar” (SANTIAGO, 2000), ou seja, aquela que reconfigura os limites e amalgama dois valores, o moderno e o contemporâneo. |