Caracterização do meio condicionado e das vesículas extracelulares pelo tecido adiposo de indivíduos obesos e seus efeitos de células tumorais de mama
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18747 |
Resumo: | A obesidade é uma doença multifatorial caracterizada por um quadro de metainflamação sustentada pelo tecido adiposo (TA). Evidências mostram que a obesidade está relacionada a um pior prognóstico e um risco aumentado de morte em mulheres com câncer de mama, o tipo de câncer mais comum entre mulheres. O TA de indivíduos obesos além de secretar adipocinas pró-infamatórias, produz ativamente um maior número de vesículas extracelulares (VEs), que são pequenas vesículas de membrana capazes de transferir sua carga para células-alvo. Mostramos anteriormente que o meio condicionado (MC) e as VEs secretadas pelo TA branco modulam a atividade migratória e proliferativa de células de câncer de mama, sugerindo seu papel na modificação do microambiente tumoral para um perfil mais maligno. Um dos processos relacionados ao aumento da malignidade tumoral é a transição epitelial-mesenquimal (TEM), a qual é definida pela perda de características epiteliais e aquisição do fenótipo mesenquimal, acarretando no aumento na capacidade migratória e invasiva. Neste estudo, objetivamos caracterizar o secretoma (MC e VEs) liberado pelos explantes de TA visceral (TAV) e subcutâneo (TAS) branco de indivíduos magros e obesos, e propor possíveis candidatos relacionados ao aumento da malignidade observada nas linhagens de adenocarcinoma mamário humano: MCF-7 (tipo luminal A) e MDA-MB-231 (tipo basal). O modelo, já estabelecido em nosso laboratório, é realizado a partir da cultura de explantes de TA obtidos de pacientes obesos ou magros que foram submetidos à cirurgia bariátrica ou plástica, respectivamente. No MC, o perfil lipídico foi analisado por cromatografia gasosa; o painel de adipocinas foi avaliado por Milliplex; a carga proteica presente nas VEs foi analisada por proteômica e Western blotting; a expressão de marcadores relacionados à TEM nas células tumorais de mama foram avaliadas por Western blotting; os fatores de transcrição foram avaliados por q-PCR; o ensaio de migração foi realizado através da técnica de wound healing. Nossos resultados demonstraram que comparando o MC oriundo dos explantes de TAS, o TAS obeso apresentou maiores níveis TGF-β1, apresentando correlação positiva com o IMC. Ao comparar o MC dos explantes de TAV, o TAV obeso apresentou maiores níveis de IL-6, TGF-β 2 e 3, sem correlação com o IMC. Além disso, o TAV obeso apresentou maior liberação de ácidos graxos saturados como os ácidos palmítico, láurico, mirístico e esteárico, além dos ácidos graxos oleico (monoinsaturado) e linoleico (poliinsaturado). Em comparação aos indivíduos magros, as VEs liberadas pelo TA de indivíduos obesos apresentaram aumento de proteínas relacionadas à progressão tumoral, como a S100A4, S100A11, TGF-β e vimentina. O MC e as VEs do TA obeso induziram o aumento na migração das células MCF-7 em comparação ao controle, além de diminuírem a expressão do marcador epitelial E-caderina. Nas células MDA-MB-231 não vimos alteração do marcador mesenquimal vimentina entre os grupos. As VEs do TA obeso induziram diminuição de CDH1, Slug e aumento de Snail nas células MCF-7, enquanto nas células MDA-MB-231 também induziram o aumento de Snail. As VEs do TA obeso também induziram ativação da via TGF-β/SMAD nas células MCF-7. Em conjunto, nossos dados indicam que as VEs derivadas do TA de indivíduos obesos apresentam proteínas com propriedades pró-tumorais que aumentam a malignidade de células tumorais através diminuição de E-caderina e aumento de migração. |