Crimes e acusações de feitiçaria entre os Ajáuas, debruçando sobre processos criminais coloniais 1920 a 1940

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferraz, Eduardo Augusto Vieira lattes
Orientador(a): Thomaz, Fernanda do Nascimento lattes
Banca de defesa: Coelho, Marcos Vinicius Santos Dias lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7585
Resumo: O presente trabalho propõe-se a estudar as acusações de feitiçaria registradas na região norte de Moçambique (distrito do Niassa), durante o período colonial. Pretendemos entender a relação entre essas acusações e os conflitos sociais, principalmente com as disputas pelo poder dentro da estrutura de parentesco local. O estudo nos possibilitará realizar uma história social dos Ajáuas. Através dos relatos transcritos em depoimentos podemos tentar compreender as lógicas simbólicas de sua linguagem, seu “entendimento de mundo” e também como o discurso de feitiçaria se enquadra nela. Veremos que a feitiçaria dialoga com o discurso de poder. Ela reproduz a hierarquia e as relações de dominação presentes na sociedade e na estrutura de parentesco. As frequentes acusações podem-nos revelar questões muito mais amplas. Estratégias políticas e rivalidades são, na maioria das fontes, as principais motivações das acusações de feitiçaria. Sob este ponto de vista, o discurso de feitiçaria aparece como um instrumento, uma ferramenta através da qual os indivíduos buscam legitimidade para justificar suas ações e crimes cometidos. Podemos verificar que o discurso da feitiçaria atua como um meio pelo qual rivalidades enraizadas em sentimentos de vingança, disputas pelo poder ou aquisição de bens econômicos emergem.