Idoso com insuficiência cardíaca: significados atribuídos à sua condição de adoecimento e ao tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Antonáccio, Renata lattes
Orientador(a): Campos, Claudinei José Gomes lattes
Banca de defesa: Arreguy-Sena, Cristina lattes, Castro, Edna Aparecida Barbosa de lattes, Lamas, Jose Luiz Tatagiba lattes, Carmona, Elenice Valentim lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Campinas
Programa de Pós-Graduação: -
Departamento: -
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7137
Resumo: Com a mudança ao longo dos dois últimos anos do perfil de morbimortalidade da população idosa, a doença cardiovascular representa hoje, no Brasil, a maior causa de morte. Existem estudos sobre a insuficiência cardíaca no idoso com enfoque na área biológica, porém há escassez de trabalhos que abordem o problema pela ótica do próprio idoso doente. Assim objetivamos estudar os significados de ser portador de insuficiência cardíaca sob a ótica de pacientes idosos. Trata-se de um estudo que empregou a metodologia clínico-qualitativa. Os sujeitos foram idosos a partir de 60 anos de idade, com insuficiência cardíaca, atendidos em dois hospitais. Utilizamos as técnicas de entrevista não dirigida e observação participante para coletar dados e o método de análise de conteúdo para analisá-los. Para ancorar esta pesquisa, o referencial teórico utilizado foram os estudos desenvolvidos por Perestrello e a psicossomática de Mello Filho. Participaram da pesquisa 11 idosos. Após as análises, emergiram duas categorias: “O Significado de estar com insuficiência cardíaca”, com as subcategorias: 1. O sentido iminente da morte e o medo de morrer. 2. Do desamparo vivido ao amparo familiar. 3. Aspectos emocionais que antecedem a cirurgia e a necessidade de comunicação; e a segunda categoria “Tratamento recebido durante a hospitalizado”, com a subcategoria: 1. Cuidado humanizado num hospital, 2. Equipe multidisciplinar e comunicação. Percebemos que por estarem doentes e terem que passar por cirurgia cardíaca, surgiram emoções que os colocaram em uma condição de limitação, tanto física como mentalmente que lhes causou tristeza, medo de morrer e angústia pelo desconhecido. Pudemos observar que a comunicação, quando não estabelecida de forma adequada e clara, não facilita o entendimento do paciente ao que lhe é dito, deixando-o com medo e ansioso, a ponto de fazê-lo desistir do tratamento. No que tange à forma como foram tratados pelos profissionais no hospital, no período de internação, os idosos relataram respeito, zelo e carinho, além de postura alegre, atenção, dedicação de alguns minutos de conversa e educação no convívio com eles. Destaca-se como resultado importante e curioso o fato de não necessariamente apresentarem extrema preocupação por estarem fisicamente incapacitados devido à doença ou por serem idosos, mas com o fato de que a morte os afastaria do convívio com seus familiares. Trata-se de um sentimento inverso de perda, uma vez que demonstram subliminarmente a necessidade de afeto imediato dos seus familiares. Os idosos do estudo têm espírito jovem e objetivos para as suas vidas. Assim sendo, concluímos que deve ser aperfeiçoada a comunicação dos profissionais de saúde com o idoso portador de insuficiência cardíaca, por meio do ensino de técnicas que os auxiliem a manter um canal de comunicação mais efetivo. Torna-se importante a manutenção do acolhimento, percebido nas falas dos pacientes, quando se referem à equipe de saúde, e a capacitação da equipe de enfermagem para um cuidado humanizado. Fundamental também que o trabalho multiprofissional seja cada vez mais uma realidade.