Autocuidado em insuficiência cardíaca: estudo comparativo entre pacientes de clínica especializada e pronto-socorro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Nascimento, Heloisa Ribeiro do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-22082012-153318/
Resumo: Trata-se de um estudo descritivo correlacional com abordagem quantitativa, que teve como objetivos: caracterizar pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC) atendidos em clínica especializada (grupo A) e em pronto-socorro (grupo B), conforme perfil sócio-demográfico, perfil clínico, tempo de conhecimento da doença e internações no último ano; Identificar ações de autocuidado específicas nos grupos A e B; Verificar a diferença entre o autocuidado dos grupos A e B e Identificar os possíveis fatores precipitantes de descompensação no grupo B. A amostra foi constituída por 120 pacientes de um hospital especializado em cardiologia, localizado no município de São Paulo, sendo 60 em cada grupo. A coleta de dados foi realizada de julho a novembro de 2011, por meio da aplicação de instrumento elaborado para o estudo (1) e instrumento de adesão validado em estudo prévio (2). A análise estatística foi descritiva e inferencial, sendo utilizado o Alpha de Cronbach para avaliar a consistência interna do instrumento 2, Teste Exato de Fisher para variáveis categóricas, Teste t-student para comparação entre as médias das variáveis contínuas, teste não paramétrico de Mann-Whitney quando se rejeitou a hipótese de normalidade da variável. Predominou o sexo masculino 78(65%). Não houve diferença no tempo de conhecimento da doença entre os grupos. Observou-se que o grupo B teve mais internações no último ano. Não houve diferença estatisticamente significativa no escore de adesão do Instrumento 2, com média 46,09(±8,03) entre os grupos, para um escore máximo=60. Observou-se pior resultado nas ações de autocuidado referentes à percepção de piora clínica e comunicação com a equipe de saúde; controle de peso e vacinação contra influenza, sem diferença significativa entre os grupos. Identificou-se maior número de idosos, aposentados, sem renda e residindo sozinhos; chagásicos, com piores níveis de uréia, creatinina e hemoglobina e em uso de marcapasso no grupo B. No perfil hemodinâmico do grupo B, verificou-se que 44 (73,4%) pacientes apresentaram sinais de congestão e 37 (61,7%) sinais de baixo débito cardíaco, o que contribuiu para internação prolongada e alta letalidade. Conclui-se que os pacientes realizam parcialmente as ações de autocuidado, devido à dificuldade na percepção e comunicação da piora clínica; controle de peso e vacinação contra influenza, sem diferença significativa entre os grupos. Os possíveis fatores precipitantes de descompensação no grupo B relacionam-se à idade avançada, condições sócio-econômicas e pior perfil clínico. A continuidade deste estudo, com seguimento em seis meses, permitirá identificar os principais desfechos a curto prazo. Sugere-se o acompanhamento de pacientes em ambiente familiar para avaliar a real situação dos cuidados e o desenvolvimento de estudos voltados ao autocuidado de pessoas com IC avançada e/ou de etiologia chagásica, incluindo a criação de programas de cuidados paliativos.