Reféns da memória: a tentativa de construção da identidade através do apagamento da memória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Lucas Esperança da lattes
Orientador(a): Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues lattes
Banca de defesa: Roani, Gerson Luiz lattes, Pereira, Maria Luiza Scher lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Lar
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/482
Resumo: Este estudo tem por objetivo investigar o texto literário de dois escritores africanos contemporâneos: o romance O vendedor de passados (2004), de José Eduardo Agualusa e Antes de nascer o mundo (2009), do escritor moçambicano Mia Couto. Ambos os romances desenvolvem narrativas durante o período pós-independência e pretende-se observar o processo de formação da identidade neste contexto. Para isso focaremos como as personagens Félix Ventura d‟O vendedor de passados e Silvestre Vitalício, d‟Antes de nascer o mundo, intentam criar novas identidades através do apagamento/ esquecimento da memória. A estratégia adota pelas personagens refletem o momento atual que estes países enfrentam de total descaso com a memória histórica, optando pelo esquecimento ao invés de enfrentar os traumas do passado, revelando, dessa maneira, a crítica presente nas obras. No entanto, esta tentativa de recomeçar uma vida livre do passado torna-se impossível, visto que as memórias sempre retornam. Além disso, percebe-se que o passado histórico faz parte da construção da identidade, desta forma os autores utilizam a metaficcionalização da história como recurso para recontar a história de seus países, possibilitando que estas não sejam esquecidas. Observa-se, também, como o lugar, o home contribui na formação da identidade e do sentimento de pertencimento ao espaço que as personagens ocupam, não apenas no aspecto físico, mas, sobretudo, emocionalmente. Este trabalho tenta mostrar como a literatura produzida por Angola e Moçambique, nesse contexto pós-colonial, exerce o papel de ferramenta na construção da nação e como os autores se propõem neste processo de construção de uma nação soberana.