Taxifolina: quantificação do flavonoide no extrato seco da casca de Pinus pinaster e avaliação da liberação in vitro e permeação vaginal ex vivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Almeida, Priscila Aparecida de lattes
Orientador(a): Brandão, Marcos Antônio Fernandes lattes
Banca de defesa: Pianetti, Gerson Antônio lattes, Leite, Magda Narciso lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4955
Resumo: O extrato seco obtido da casca de Pinus pinaster, popularmente conhecido como Pinho Marítimo Francês, possui elevada concentração de polifenóis, representados por procianidinas, taxifolina, ácidos fenólicos e cinâmicos e as formas glicosiladas dessas moléculas. É obtido por extração aquosa da casca do pinheiro, seguido por eliminação da água. O seu controle de qualidade é especificado na United States Pharmacopeia, sendo o teste de doseamento realizado mediante a determinação do conteúdo total de procianidinas, a classe de polifenóis majoritária (entre 65 e 75 %). Porém, a determinação do conteúdo de polifenóis individuais pode representar um parâmetro de qualidade adicional para o extrato. Nesse sentido, a taxifolina (flavonoide conhecido como dihidroquercetina) aparece como um possível marcador químico para doseamento, uma vez que é encontrada no gênero Pinus, de forma geral, e por representar o polifenol monomérico presente em maior concentração no extrato. Essa molécula possui propriedades antioxidante e anti-inflamatória, podendo ser empregada no tratamento de patologias que possuam o estresse oxidativo e a inflamação envolvidos na patogênese. A endometriose é o foco principal deste estudo, cujo tratamento farmacológico, realizado com anticoncepcionais principalmente, apresenta uma série de inconvenientes, como o grau elevado de efeitos adversos; a recorrência dos sintomas poucos meses após a interrupção do tratamento, na maioria dos casos; e a contracepção, impedindo que a paciente possa engravidar, o que incentiva a busca por novos fármacos para o tratamento dessa patologia. Contudo, apesar da potencialidade farmacológica da taxifolina, esta apresenta baixa biodisponibilidade por via oral, devido à baixa solubilidade em água, o que limita a sua aplicação terapêutica e estimula a busca por rotas alternativas de administração para esse flavonoide. Partindo desses pressupostos, os seguintes objetivos são propostos: (i) desenvolver e validar métodos analíticos empregando cromatografia líquida de alta eficiência para a quantificação da taxifolina no extrato e em creme vaginal e (ii) avaliar a liberação in vitro dessa substância a partir do creme e sua permeação ex vivo, empregando o modelo de mucosa vaginal suína. Os métodos analíticos desenvolvidos e otimizados para a quantificação da taxifolina no extrato e no creme vaginal empregaram cromatografia em fase reversa com fase estacionária octadecilsilano e fase móvel constituída por água, acetonitrila e ácido fórmico, em diferentes proporções para os métodos. Foi empregada eluição por gradiente de fase móvel e de fluxo no método do extrato e eluição isocrática no método do creme. A detecção foi realizada em 288 nm em detector de arranjo de fotodiodos. Os perfis cromatográficos obtidos apresentaram linhas de base regulares, adequada resolução da taxifolina e boa simetria do pico. Todos os parâmetros de validação analítica encontraram-se dentro das especificações. O valor de fluxo obtido para a taxifolina a partir do creme no estudo de liberação in vitro (74,89 µg cm−2 h−1) indica que este é um possível veículo para a administração vaginal desse flavonoide. Adicionalmente, a porcentagem de permeação obtida para a taxifolina por dose (89,22 %) sugere um potencial desta para exercer suas ações a nível sistêmico in vivo, quando administrada via mucosa vaginal, podendo ser uma alternativa para o tratamento da endometriose, destacando-se que ela não possui efeito contraceptivo.