Permeação cutânea e vaginal de fármacos: rotas alternativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Michele Campos lattes
Orientador(a): Raposo, Nádia Rezende Barbosa lattes
Banca de defesa: Brandão, Marcos Antônio Fernandes lattes, Vitral, Geraldo Sérgio Farinazzo lattes, Polonini, Hudson Caetano lattes, Dutra, Rafael Cypriano lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8624
Resumo: No capítulo primeiro, objetivou-se inserir a taxifolina (TAX) em uma forma de dosagem semissólida e avaliar a sua permeação ex vivo em pele humana. A TAX foi incorporada em uma emulsão de óleo em água. Um método de análise foi desenvolvido e validado utilizando cromatografia em fase líquida de alta eficiência (CLAE) para realizar a quantificação do princípio ativo durante os experimentos e a permeação através da pele humana foi conduzida em células do tipo Franz. No método cromatográfico, foram utilizadas as seguintes condições: coluna octadecilsilano (C18); fase móvel composta por água e acetonitrila (45:55, v/v), acidificada com 0,1 % de ácido fórmico (pH=2,4); temperatura do compartimento para a coluna de 45 °C; um sistema de fluxo isocrático a 0,5 mL.min-1 e detecção a 288 nm. O método foi preciso (CV<5 %), exato (recuperação entre 98 % e 102 %), linear (R2>0,99), específico e robusto. O experimento de permeação através da pele humana apresentou porcentagem permeada igual a 48,09 % (por dose). Os resultados descritos sugerem que, na matriz estudada, a TAX é capaz de permear até a derme e que, possivelmente, as concentrações alcançadas de TAX possam ser suficientes para que a mesma exerça o seu efeito terapêutico de forma sistêmica. No capítulo segundo, o objetivo do estudo foi avaliar a viabilidade de utilizar formulações contendo dienogeste (DNG), gestrinona (GTN), nimesulida (NMS) e piroxicam (PRX) para a administração vaginal em pacientes com dor pélvica associada à endometriose (DPAE). Os cremes intravaginais foram compostos individualmente por ingredientes farmacêuticos ativos incorporados em base Pentravan® (DNG a 0,2 %, GTN a 0,5 %, NMS a 2,0 % e PRX a 2,0 %). Métodos de quantificação utilizando CLAE foram validados para a quantificação dos princípios ativos, perfis de permeação vaginal foram determinados usando mucosa vaginal porcina em células de difusão do tipo Franz e os parâmetros cinéticos foram determinados. Os métodos foram precisos (CV<5 %), exatos (recuperação entre 98 % e 102 %), lineares (R2>0,99) e específicos. Os experimentos de difusão demonstraram fluxos de 15,98 μg.cm-2.h-1 para DNG, 3,91 μg.cm-2.h-1 para PRX, 3,72 μg.cm-2.h-1 para GTN e 2,26 μg.cm-2.h-1 para NMS. Os fluxos necessários para liberar a dose diária recomendada para o tratamento da DPAE foram calculados e estabelecidos como 0,87 μg.cm-2.h-1 para DNG, 0,69 μg.cm-2.h-1 para GTN, 70,45 μg.cm-2.h-1 para NMS e 9,64 μg.cm-2.h-1 para PRX. DNG e GTN apresentaram fluxos de permeação e quantidades absorvidas hipoteticamente compatíveis com o efeito terapêutico in vivo, enquanto os estudos com NMS e PRX mostraram uma grande quantidade desses fármacos retida na mucosa vaginal, o que poderia explicar um efeito local para essas duas substâncias. Os resultados sugerem que a matriz avaliada parece ser um veículo intravaginal viável para o uso terapêutico sistêmico de DNG e GTN. Entretanto, NMS e PRX demonstraram a possibilidade de uso para um efeito no tecido local. Estudos adicionais devem ser realizados na formulação para que haja o uso terapêutico sistêmico de NMS e PRX.