Avaliação da religiosidade e espiritualidade dos residentes de medicina e implicações frente à prática clínica e à formação médica
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00041 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13170 |
Resumo: | Estudos têm demonstrado que as crenças espirituais e religiosas influenciam desfechos em saúde. Entretanto, ainda existem algumas lacunas de como essas evidências podem ser utilizadas na prática clínica e na formação médica. Dessa forma, torna-se necessário compreender como profissionais em formação, por exemplo, médicos residentes, veem o tema religiosidade e espiritualidade (R/E). Objetiva-se avaliar as atitudes, conhecimento e experiências de médicos residentes brasileiros frente ao tema R/E e sua influência na prática clínica e na formação médica. Realizouse estudo multicêntrico de caráter observacional e transversal, denominado SBRAMER (Spirituality in Brazilian Medical Residents). Participaram do estudo sete hospitais ou centros formadores de médicos residentes de diferentes regiões brasileiras. Foram aplicados os questionários do NERSH - Network for Research in Spirituality and Health (Avaliação de Religiosidade e Espiritualidade na prática clínica e formação médica) e o Duke Religion Index. De um total de 1642 médicos residentes elegíveis, foram incluídos 879 participantes (53,5%). Os residentes de medicina consideram importante suas crenças religiosas e espirituais, apesar de não irem, frequentemente, a serviços religiosos. A maioria dos participantes acredita que a R/E influencia de forma importante na saúde do paciente (75,2%) e que é apropriado abordar essas crenças (77,1%), no entanto, apenas 14,4% abordam de forma rotineira o tema em sua prática clínica. As principais barreiras apontadas foram manutenção da neutralidade profissional 31,4%, medo de ofender os pacientes 29,1% e tempo insuficiente 26,2%. Estiveram associados a maior abordagem e opiniões mais positivas em relação ao tema, fatores como o sexo feminino, especialidades clínicas, a existência de um treinamento formal em R/E e maiores níveis de R/E. Concluiu-se que os residentes médicos brasileiros acreditam que as crenças espirituais e religiosas podem impactar a saúde de seus pacientes e julgam apropriado o médico abordar esse assunto. Entretanto, a falta de treinamento é uma das principais responsáveis pelo receio de tal abordagem na prática clínica. Educadores devem estar atentos a esses dados para que possam conduzir intervenções e conteúdo obrigatório sobre essa temática nos programas de residência médica. |