Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Franzini, Maria Gabriela Bernardi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-18082022-105710/
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Resumo: |
Este estudo teve por objetivo conhecer as concepções de voluntários que prestam apoio religioso-espiritual em um Hospital Geral acerca das relações entre religiosidade/espiritualidade (R/E) e os processos de saúde-doença. Foi realizada uma investigação qualitativa e de caráter exploratório no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Foram entrevistados 15 voluntários vinculados à Rede de Apoio Espiritual (RAERP) desenvolvida neste hospital, a maioria autodeclarada cristã. Os participantes tinham média de idade de 57,06 anos, com média de 8,06 anos de atuação nesse serviço. A partir da análise temático-reflexiva os resultados foram sintetizados em cinco temas principais: (a) Tema 1 - Percepções dos Mensageiros acerca do Apoio Religioso-Espiritual; (b) Tema 2 - Motivação: da sensibilidade ao cuidado; (c) Tema 3 - O elo com a finitude; (d) Tema 4 - O diferente desconforta, mas também inspira; (e) Tema 5 - A RAERP e a pandemia da COVID-19. A partir dos relatos compartilhados, evidencia-se a dimensão religiosa-espiritual na assistência em saúde a partir de uma atividade de escuta e de acolhimento realizada pelos diferentes voluntários. Esses participantes compreendem que a dimensão da R/E possui relações diretas com o campo da saúde, expressando concepções que associam a oferta desse apoio religioso-espiritual a desfechos positivos em saúde. Esses desfechos não necessariamente correspondem à cura, mas à possibilidade de acolhimento em um momento de forte mobilização emocional, bem como de construção de inteligibilidades sobre a morte, o morrer e o luto. A atuação em contextos de terminalidade/finitude mobilizou os voluntários de modo mais expressivo. Nessas ocasiões foram priorizadas práticas como a escuta, o acolhimento, a presença e a realização de prece/oração. Com a pandemia da COVID-19 alguns atendimentos passaram a ocorrer de modo remoto, o que se deu com relatos de dificuldades por parte dos voluntários e de baixa adesão por parte dos pacientes. Apesar do serviço retratado ser sustentado no respeito e na convivência entre diferentes religiões/religiosidades/espiritualidades, foram observadas ações que são produzidas por e voltadas para, em sua maioria, adeptos de religiões cristãs. Recomenda-se que as religiões não-hegemônicas também possam estar efetivamente representadas tanto pela participação de lideranças ligadas a essas tradições nesse serviço como permitindo o acolhimento de pacientes que professam diferentes credos e concepções religiosas-espirituais. |