Espiritualidade / religiosidade e sua relação com a saúde na percepção de estudantes de medicina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carriconde, Sheila Pinheiro de Godoy
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-13072022-154302/
Resumo: A relação entre Espiritualidade/Religiosidade (E/R) e saúde compõe um campo de investigação importante para o cuidado integral, centrado no paciente. Vários estudos demonstram que existem correlações positivas e negativas da E/R dos pacientes com diversas condições de saúde e outros aspectos do comportamento. Os objetivos da pesquisa são investigar a percepção dos estudantes de medicina sobre a influência do tema E/R na saúde, descrever a religiosidade manifestada por eles e investigar as suas percepções acerca da formação acadêmica para abordagem do tema. Os dados disponíveis na literatura demonstram a necessidade de estudos locais que contemplem esse campo para compreender as especificidades de cada região do Brasil. A investigação foi feita através de um instrumento contendo questionário sociodemográfico, o instrumento DUREL, que aborda a religiosidade dos estudantes e o Questionário de Atitudes e Opiniões sobre E/R e Saúde, que levanta opiniões dos estudantes sobre a E/R e sua influência no processo saúde doença, na prática clínica e a formação acadêmica referente ao tema E/R. Os dados foram tabulados a partir de técnicas descritivas, utilizando distribuição de frequência, medidas de tendência central e variabilidade. O estudo incluiu 868 estudantes de duas universidades e 203 (23,4%) responderam. Dos 200 que concordaram com o TCLE, 62,3% são do sexo feminino, 77,3% cursam a primeira metade do curso e 69,3% estudam uma instituição particular. A maioria dos estudantes declaram-se brancos (77,4%), com renda familiar maior do que 4 salários mínimos (83,5%), católicos (30,2%), moderadamente religiosos (46,2%) e participam de algum encontro religioso ou frequentam igrejas/ templos religiosos pelo menos algumas vezes por ano (81,7%). A maioria acredita em Deus (79,4%); na vida após a morte(66,5%); que suas crenças religiosas estão por trás de sua maneira de viver (46,5%); consideram pertinente a abordagem de aspectos da E/R com os pacientes (85%). Associam o conceito de espiritualidade com \"crença em algo transcendente à matéria\" (69,3%); \"busca de sentido e significado para a vida humana\" (61,8%) e \"crença e relação com Deus\" (45,2%). Além disso, relacionam o assunto E/R principalmente com a \"humanização da medicina\" (59,0%); com uma \"saúde total/ holística\" (48,5%), e com as \"interferências do transcendente/imaterial na saúde\" (48,5%). Acreditam também que a E/R influencia muito na saúde das pessoas (81,0%), e essa influência é geralmente positiva (67,5%). Acreditam que a E/R do médico interfere no entendimento do processo saúde doença e na relação médico-paciente (79,0%). Foram apontados fatores desencorajadores para a abordagem da E/R em saúde e falta de treinamento adequado (86,0%) durante a formação acadêmica. Há uma necessidade de formação teórica dos estudantes sobre E/R e saúde para que essa abordagem seja realizada de forma oportuna e construtiva.