"Eu sinto que eu sempre me encaixei nessa coisa de não ser homem e não ser mulher”: tecendo saberes e experiências da não-binaridade de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Goularth, Neilton dos Reis lattes
Orientador(a): Castro, Roney Polato de lattes
Banca de defesa: Ferrari, Anderson lattes, Oliveira, Thíago Ranniery Moreira de lattes, Clareto, Sônia Maria lattes, Fonseca, Lana Claudia de Souza lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6682
Resumo: Esse texto diz de experiências de encontros. Encontro com uma perspectiva de pesquisa em Educação, encontro com a não-binaridade de gênero, encontro com pessoas que se diferenciam do binário de gênero, encontro com a diferença. Todos esses – e ainda outros – produziram essa pesquisa que agita as questões de gênero e Educação se lançando ao rompimento de binarismos. Dos questionamentos que costuro nesse texto destaco um que atravessa todos os outros: como as experiências na não-binaridade de gênero movimentaram e movimentam outras experiências? Utilizo retalhos teórico-metodológicos pós-estruturalistas, retalhos poéticos de Federico García Lorca e retalhos narrativos para formar essa colcha. As narrativas foram produzidas através de conversas com três pessoas que não fixam suas identidades enquanto femininas ou masculinas, mas intentam se desterritorializar esse binário. Conversei com cada pessoa duas ou três vezes e suas histórias as tornam coautoras desse texto e pesquisa – o narrar-se durante essas conversas foi, também, uma (re)invenção de nossas próprias diferenças de gênero. Observo e exploro alguns atravessamentos entre as narrativas e as leituras de autoras e autores do campo do Gênero e da Educação: a identificação de uma matriz de gênero binária produzida por diversos espaços e instituições e que provocará fortes subjetivações; as tentativas de rompimento com tal matriz a partir de dimensões corporais, estéticas e morais; e as relações (harmoniosas ou desconfortáveis) constituídas a partir desse rompimento consigo mesmo e com o mundo. Uma pesquisa que vibrou em mim costuras de desestabilizações, provocações e questionamentos, muito mais que certezas: “deixaria nesse livro toda minha alma...” (LORCA, 2004, p. 571)