Dom Quixote e Quincas Borba: um diálogo possível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Rafael Mariano dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-21092020-180012/
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem por objetivo realizar uma leitura comparada entre o romance Quincas Borba, de Machado de Assis e o episódio dos Duques, localizado entre os capítulos XXX e LVII, da segunda parte do Quixote. A partir da constatação de similaridades existentes em relação à construção do enredo de Dom Quixote e a elaboração do romance Quincas Borba, tornou-se evidente a relevância da obra de Cervantes para Machado de Assis. Não se pode afirmar que Machado de Assis tenha se inspirado única e exclusivamente em Miguel de Cervantes e sua obra máxima, mas à luz de algumas técnicas verificáveis nas duas obras, procuraremos demonstrar que, a partir de uma leitura atenta do Quixote, o escritor brasileiro pode ter se dado conta dos procedimentos de composição adotados por Cervantes e tê-los assimilado, adaptando-os aos seus propósitos. No primeiro capítulo, discutimos as aproximações existentes na construção do enredo das obras e realizamos um mapeamento dos críticos que de alguma maneira se referiram à presença do Quixote nos escritos de Machado de Assis. A partir de uma breve análise dos contextos em que as obras foram concebidas, o segundo capítulo versa sobre a persistência de hábitos e pensamentos advindos de sociedades marcadas pela influência da Corte. O terceiro capítulo estuda a utilização da sátira menipeia e o último capítulo discorre sobre a questão da reescritura. Com o propósito de encontrar indícios para sustentar tal problematização, recorremos aos textos de Close (1998, 2006), Vieira (2012), García López (2015), dentre outros, que se detiveram no estudo do Quixote e das poéticas que orientaram a sua escrita e aos trabalhos de Caldwell (1970), Miguel Pereira (1970), Hansen (2005), Guimarães (2012), Chauvin (2013), dentre outros, que analisaram, sob diferentes perspectivas, o romance Quincas Borba.