Bullying e sua prevenção: concepções e práticas de psicólogos escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Andrade, Géssica Castellani lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marisa Cosenza lattes
Banca de defesa: Lourenço, Lelio Moura lattes, Leme, Maria Isabel lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/807
Resumo: A violência escolar tem adquirido grande visibilidade na sociedade e o bullying, em específico, vem tomando proporções alarmantes com destaque inclusive nas mídias. O termo Bullying é de origem anglo-saxônica e vem da expressão “to bully”, que significa agredir, intimidar, maltratar. Embora o conceito de bullying não seja consensual na literatura, pode-se compreendê-lo como um comportamento agressivo, persistente e repetido, com a intenção de causar dano físico ou moral em um ou mais estudantes que são mais fracos e incapazes de defender-se, que é mantido apesar da emissão de sinais claros de oposição e desagrado por parte do alvo. Dentre as figuras envolvidas no bullying estão os agressores, as vitimas, as vítimas/agressoras e os observadores, que não estão diretamente envolvidos mas convivem num ambiente onde a problemática ocorre. Destaca-se ainda o papel da instituição escolar, seus gestores e, em especial, dos psicólogos escolares, como fundamentais na implementação de programas para identificar, intervir e prevenir o bullying de forma eficiente. O presente estudo visou investigar as concepções e as práticas adotadas por psicólogos escolares que atuam na cidade de Juiz de Fora e que se dirigem a prevenir e intervir em situações de bullying no contexto escolar. Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética, foi realizado o levantamento dos psicólogos escolares atuantes em escolas públicas e privadas da cidade, com o posterior convite a estes profissionais para a participação da pesquisa. Foram entrevistados 12 psicólogos escolares, utilizando-se um questionário de identificação e um roteiro semi-estruturado. O primeiro continha informações sobre sexo, idade, vínculo com a instituição, tempo de atuação na instituição de ensino, etc.; e o segundo abarcou 13 perguntas distribuídas a partir de 3 temáticas, a saber: concepções sobre o bullying, práticas adotadas e prevenção. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo temática e estrutural (Bardin, 2011). Os resultados demonstraram que a maioria dos psicólogos escolares buscou formação complementar através de cursos de pós-graduação, embora relatem escassez de capacitação no que tange ao bullying em seu contexto de trabalho. Os profissionais possuem conhecimentos e práticas limitadas e pouco consistentes no âmbito do bullying, com um foco reativo a despeito da prevenção. Desta forma, não foram identificados projetos preventivos amplos, que envolvessem toda a escola, o que vai de encontro com a literatura nacional e internacional sobre o tema. A família foi apontada como a principal fonte causadora do bullying e como o principal responsável por sua prevenção, apontando para uma dificuldade dos psicólogos assumirem a responsabilidade pela intervenção e prevenção. Identifica-se a necessidade de que o psicólogo escolar esteja preparado para intervir e prevenir o bullying no contexto escolar, com uma atuação proativa visando promover saúde psicológica e competências para o desenvolvimento humano.