Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Bogo, Olívia Fernandes
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Orientador(a): |
Name, Maria Cristina Lobo
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Banca de defesa: |
Armelin, Paula Roberta Gabbai
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Leitão, Márcio Martins
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12002
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Resumo: |
O presente trabalho investiga a identificação e o processamento da concordância de gênero no português brasileiro (PB) entre os elementos das categorias N e ADJ por crianças de idades entre 3 e 5 anos. No que concerne à aquisição do sistema de gênero, a criança precisa identificar: (i) que o PB é uma língua que expressa morfossintaticamente o gênero gramatical; (ii) os valores (do traço) de gênero; (iii) o modo como se manifesta a concordância de gênero no sintagma nominal. Estudos experimentais investigaram quais elementos do sintagma determinante podem servir de pistas morfofonológicas para crianças entre 18 e 42 meses de idade na identificação e na aquisição dos elementos que manifestem essa relação de concordância (entre D e N; entre D, N e ADJ), em línguas como o francês, o francês canadense, o PB, o espanhol e o tcheco (VAN HEUGTEN; CHRISTOPHE, 2015; VAN HEUGTEN; SHI, 2009; CORRÊA; NAME, 2003; LEW-WILLIAMS; FERNALD, 2007; SMÓLIK; BLÁHOVÁ, 2018). Outros estudos exploraram as estratégias de atribuição de gênero a nomes desconhecidos (novos) por crianças entre 30 e 33 meses de idade, no PB e no espanhol (CORRÊA; NAME, 2003; TREJO; ALVA, 2013). No entanto, não foram encontradas pesquisas, durante o levantamento bibliográfico deste trabalho, que tivessem investigado a identificação e o processamento das relações morfossintáticas de concordância de gênero no âmbito do NP, i.e., entre N e ADJ, na ausência de D, por crianças. Posto que, no PB, outras fontes além dos determinantes podem servir como pistas para a identificação do gênero, as questões que norteiam este estudo consistem em investigar: (i) a identificação e o processamento da concordância de gênero no domínio do NP, por crianças entre 3 e 5 anos de idade; (ii) e se há diferenças no uso dessas diferentes pistas (seja a vogal final do N ou a vogal final do ADJ) pelas crianças, em função da idade. Para investigar essas questões foi elaborado um experimento de produção eliciada com imagens de objetos inventados, identificados por pseudonomes proferidos seguidos de adjetivos (p. ex.: moca vermelha vs. puco preta) para verificar como as crianças atribuiriam gênero a nomes novos (pseudonomes); e se elas iriam se guiar pela vogal final presente nos itens N ou pela manifestação morfofonológica da concordância presente nos itens ADJ para atribuir gênero aos pseudonomes. Os resultados obtidos apontam que crianças de 3 a 5 anos privilegiam a informação da vogal final para atribuir gênero aos pseudonomes, sem diferença significativa entre a condição masculina ou feminina. Esses resultados sugerem que crianças de 3 a 5 anos, adquirindo o PB, já parecem reconhecer o alto pareamento entre a vogal final de nomes e o gênero gramatical no PB (SCHWINDT, 2018) e usam essa informação para atribuir gênero a novos nomes. Não houve efeito de significância para o fator idade, no entanto, as análises das taxas de respostas sugerem que as crianças de 3 anos, diferentemente das crianças maiores (de 4 e 5 anos) parecem usar, também, a informação de gênero veiculada pela marcação morfofonológica de gênero no ADJ, considerando a relação de concordância entre N-ADJ no NP para atribuir gênero a novos nomes. |