[pt] CONCORDÂNCIA VERBAL E A HIPÓTESE DO PERÍODO CRÍTICO EM LIBRAS: UM ESTUDO TEÓRICO-EXPERIMENTAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ISAAC GOMES MORAES DE SOUZA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=33882&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=33882&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.33882
Resumo: [pt] Comunidades surdas são compostas por populações com alto nível de variabilidade de proficiência (NIEDLE et al, 2000), o que dificulta a estruturação de amostras de participantes para a obtenção de dados em estudos sobre a gramática internalizada (Língua-I) por falantes dessas comunidades. Tal variabilidade está relacionada diretamente à idade de aquisição de uma língua de sinais (LS), à qualidade e à quantidade do insumo linguístico recebido pelas crianças surdas no período de aquisição de linguagem. Em diversos estudos sobre LS, sinalizantes surdos filhos de pais surdos sinalizadores (SFPS) são considerados como nativos, ou seja, possuidores de competência gramatical plena (Chomsky, 1986). Todavia, devido à escassez de informantes SFPS, pesquisas têm ampliado a caracterização de sujeitos que, de fato, possuem conhecimento pleno da gramática de uma LS, incluindo também surdos filhos de pais não surdos (SFPnS) como informantes. Contudo, estudos evidenciam a que há um período sensível para a aquisição dos aspectos estruturais de uma gramática e, tal sensibilidade tende a ser reduzida gradativamente até o início da puberdade (Lenneberg, 1967). Assim sendo, parte-se da hipótese de que em Libras, SFPnS que tiveram exposição tardia à gramática não apresentam competência gramatical plena. Fazer a verificação dessa hipótese é o objetivo principal deste trabalho, que se caracteriza como um estudo teórico-experimental sobre competência morfossintática em Libras. O foco da pesquisa foi concordância verbal e o experimento consistiu em uma tarefa de julgamento de aceitabilidade, em que sinalizantes de Libras (20 SFPS e 45 SFPnS (15 com exposição à Libras antes dos 4 anos; 15 com exposição entre 5 e 7 anos; 15 com exposição a partir de 8 anos de idade)) do Rio de Janeiro julgaram a aceitabilidade de 32 sentenças/vídeos alvos com uso de Escala Likert de cinco pontos, em que 1 = ruim e 5 = ótimo. Tomamos como variáveis independentes o tipo de concordância verbal (regular vs. reversa), verbo auxiliar (presença vs. ausência) e a manifestação morfologia da concordância (parcial (apenas com o objeto) vs. neutra (sem marca de concordância tanto com o sujeito como com objeto)). Os dados foram estatisticamente tratados (ANOVA com medidas repetidas) e os resultados interpretados à luz da Teoria Gerativa e da literatura sobre concordância verbal em língua de sinais. Os resultados não evidenciam nenhuma diferença muito marcada entre SFPS e SFPnS. Tanto SFPS como SFPnS possuem sensibilidade quanto ao tipo de concordância verbal (regular vs. reversa), apresentando uma preferência pela concordância regular, e menor preferência pela presença do verbo auxiliar mesmo quando a concordância verbal é neutra, como sugerido em Lourenço (2014). Contudo, SFPS apresentaram menor aceitação de sentenças com concordância verbal regular parcial na presença de auxiliar, como observado em Quadros e Quer (2008, 2010).