A ressignificação das práticas interacionais e linguísticas na sala de aula de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ishikawa, Clarissa Mieko Luiz lattes
Orientador(a): Miranda, Neusa Salim lattes
Banca de defesa: Cyranka, Lúcia Furtado Mendonça lattes, Coelho, Victoria Wilson da Costa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras)
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1083
Resumo: O presente estudo, desenvolvido no PROFLETRAS-FALE/UFJF, vincula-se ao macroprojeto “Ensino de Língua Portuguesa – da Formação docente à sala de aula” (MIRANDA, 2014), configurando-se, metodologicamente, como uma pesquisa-ação-participativa (MORIN, 2004) de natureza interventiva. O projeto constituiu-se de duas etapas, uma diagnóstica e uma interventiva. O lócus investigativo, uma sala de aula de Língua Portuguesa localizada na cidade de Valença, RJ. Os sujeitos da pesquisa, 25 alunos do 9º ano. Marcada pela desmotivação e apatia, por conflitos, desorganização, desagregação e violência, esta sala de aula vinha enfrentando um ambiente humano pouco propício ao processo de ensino-aprendizagem. O diagnóstico feito pelo docente-pesquisador foi complementado pela voz discente, por intermédio de relato de experiência escolar, submetido a um método de análise do discurso (MIRANDA e BERNARDO, 2013; MIRANDA e LIMA, 2013) baseado na Semântica de Frames (FILLMORE, 1982) e no projeto lexicográfico FrameNet (www.framenet.icsi.berkeley.edu). Para o exercício hermenêutico, utilizaram-se outros campos do saber como a Sociologia (BAUMAN, 2001, 2011) e a Antropologia Evolucionista (TOMASELLO, 1999). Para o enfrentamento dessa realidade, traçamos como meta principal a ressignificação da “cena aula” de modo a torná-la fecunda às metas de letramento almejadas. Como pilares principais do processo interventivo, sinalizamos a construção do Ambiente Escolar mediante o equacionamento entre Autoridade e Autoria (ARAÚJO, 1999; LA TAILLE, 1999; AQUINO, 1998, 1999, 2014; GUZZONI, 1995), Clima Escolar (DOLZ e SCHNEWLY, 2004; MIRANDA, 2005, 2014; TOGNETTA e VINHA, 2008; ARAÚJO, 1996, 2004, 2007; LA TAILLE, 2009) Protagonismo Juvenil (COSTA e VIEIRA, 2006) e Aprendizagem. Fundamentam as propostas de Leitura e Escrita os autores SOLÉ (1998); KOCH (2002); MIRANDA (2006); ROJO (2009); KLEIMAN (2009); GERALDI (2012). A intervenção estruturou-se em dois projetos interdependentes: 1.“Reconfigurando o cenário de aprendizagem”, 2.“Aliando novas tecnologias de ensino ao programa curricular de Língua Portuguesa”. O primeiro focalizou a criação de um ambiente físico e humano propício ao processo de ensino aprendizagem; o segundo centrou-se na construção de práticas de ensino de linguagem mais instigantes para o professor e para o aluno de modo a despertar, neste último, o estímulo pelo aprendizado. A partir do percurso interventivo, foi possível a ressignificação do cenário escolar por meio da reconstrução das relações interacionais fundadas no Pacto Social criado. Ressignificando os papéis dos sujeitos, o efetivo processo de ensino-aprendizagem efetivou-se construído com base nos princípios de cooperação, corresponsabilização e respeito. Reinstituído o Ambiente Escolar, promovemos práticas de leitura e escrita que tiveram a modelagem (MIRANDA, 2006) como fundamento central. De modo especial, a ação de Autoria e Protagonismo do docente-pesquisador resultou em recuperação de sua Autoridade, favorecendo suas metas pedagógicas de letramento.