Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Costa, Jediael Coutinho da
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Orientador(a): |
Fonseca, Aline Alves
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Banca de defesa: |
Oliveira, Cândido Samuel Fonseca de
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Weiss, Denise Barros
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16787
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Resumo: |
No presente trabalho, buscamos estudar se os estrangeirismos originários da língua inglesa usados no português brasileiro (PB) sofrem o mesmo processo antecipatório (preditivo) que palavras originalmente do PB. Em uma conversa diária, estamos a todo o momento fazendo antecipações do que as pessoas irão dizer no intuito de formar, em nossa mente, um contexto que nos permita processar de modo mais eficiente a informação recebida, chamamos esse fenômeno de processo antecipatório (Clark, 2013). Com o propósito de entender melhor e mais rapidamente o que nos está sendo dito em uma conversa, nós usamos nosso conhecimento de mundo para fazer previsões. Para Kuperberg e Jaeger (2016:23), previsão implica que, a qualquer momento, usamos informações de alto nível dentro de nossa representação de contexto, pois o cérebro desenvolve um modelo hierárquico (top-down), para inferir probabilisticamente (hipotetizar) informações futuras nessa mesma representação de nível superior. Assim sendo, na interação (fala) cotidiana, a todo momento fazemos antecipações de maneira automática, mesmo que nessa interação haja estrangeirismos. Isso ocorre devido ao fato de esses vocábulos fazerem parte da nossa língua, ainda que por empréstimo. À vista disso, este trabalho busca analisar como ocorre essa antecipação linguística dentro da leitura de estrangeirismos do inglês. Para isso, foram aplicados dois experimentos. O Experimento I avaliou o conhecimento de participantes brasileiros sobre estrangeirismos do PB. Os estrangeirismos foram selecionados a partir de textos e redes sociais em português, e sua frequência foi verificada no site google.com em português. Participantes com conhecimento de inglês como segunda língua (L2) foram testados quanto à facilidade em reconhecer e atribuir significados aos estrangeirismos. Os resultados mostraram que os participantes marcaram como "familiar" todos os estrangeirismos listados como tal, fornecendo exemplos de uso. Alguns estrangeirismos marcados como "não familiares" não foram reconhecidos por participantes com níveis de inglês autodeclarados como "Básico/Não possui". Estes resultados sugerem que os estrangeirismos, uma vez incorporados, são integralmente parte do PB, e que a predição de estrangeirismos pode ser similar à de palavras em português. Já no Experimento II, a familiaridade e aceitabilidade dos estrangeirismos do inglês em frases do PB foram avaliadas. Os participantes foram solicitados a escolherem entre duas opções de palavras ou expressões a fim de organizar frases aceitáveis no PB, escolhendo entre estrangeirismos e palavras em português. Os resultados indicaram que o tempo de resposta (TR) para escolher entre estrangeirismos e palavras em português foi praticamente igual, sugerindo uma predição semelhante para ambos. Concluindo assim que os estrangeirismos, adaptados à língua, sofrem um processo preditivo similar ao das palavras do português, sendo integrados de forma significativa no PB. |