Caracterização da diferenciação osteogênica in vitro a partir das células-tronco da polpa dentária de paciente com Neurofibromatose tipo 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Almeida, Paula Nascimento lattes
Orientador(a): Maranduba, Carlos Magno da Costa lattes
Banca de defesa: Cunha, Karin Soares Gonçalves lattes, Carmo, Antonio Marcio Resende do lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1217
Resumo: A Neurofibromatose Tipo 1 (NF1) é uma doença genética caracterizada por hiperpigmentação na pele (manchas ‘café com leite’) e neurofibromas, e também apresenta outras manifestações clínicas, dentre elas as anomalias ósseas, que atingem até 50% dos pacientes. Modelos animais como roedores e mesmo a Drosófila têm sido importantes na elucidação de mecanismos moleculares e celulares decorrentes da NF1, mas estes modelos apresentam limitações. Camundongos transgênicos homozigotos (NF1-/-) têm morte ainda no útero no 12o./14o dias de gestação, enquanto que camundongos heterozigotos (NF1+/-), embora viáveis, não desenvolvem neurofibromas e manchas ‘café com leite’ in vivo. Dessa forma, há a necessidade de desenvolvimento de novos modelos. As célulastronco são células indiferenciadas capazes de se autorrenovar e se diferenciar para uma linhagem celular específica. Elas podem ser classificadas de acordo com sua origem em dois tipos principais: embrionárias (CTEs) ou adultas (CTAs). O uso das CTAs em pesquisas visando à terapia celular e bioengenharia tecidual é importante e apresenta vantagens em comparação com as CTEs, uma vez que sua diferenciação é mais controlada e, quando introduzidas no organismo, dificilmente produz tumores. Dentre as células-tronco adultas, destacam-se as células-tronco da polpa dentária (CTPDs). As CTPDs apresentam um perfil molecular semelhante às células embrionárias humanas, possuem capacidade de se diferenciar espontaneamente sob condições de cultura apropriadas, além de terem origem pósnatal, tendo sido utilizadas para o estudo in vitro de diversas doenças. Propomos utilizar as CTPDs como um modelo de estudo in vitro também para a NF1. O objetivo do presente trabalho foi comparar as células-tronco da polpa de dente decíduo de um paciente com Neurofibromatose do Tipo 1, com células-tronco de polpa dentária de pessoas saudáveis, avaliando especificamente a taxa de proliferação e de senescência destas células, bem como a diferenciação osteogênica das mesmas, seguida de quantificação do cálcio. A análise da proliferação celular sugere que as CTPDs do paciente têm elevada taxa de proliferação em relação aos controles. A análise da senescência celular sugere que estas células entram em senescência de forma tardia quando comparadas às células controles. A análise conjunta da proliferação e senescência celular mostra que as CTPDs de um paciente NF1 já apresenta perfil tumoral. Isto pode nos ajudar a entender a formação de neurofibromas por toda a extensão corporal. Visando responder se as CTPDs são um excelente modelo de estudo in vitro, uma vez que o modelo animal apresenta limitações, foi realizada a diferenciação osteogênica com essas células e a quantificação de cálcio nas células NF1 diferenciadas. Os resultados obtidos sugerem uma baixa produção de cálcio pelas células NF1 quando comparadas com as células controle. A análise estatística revelou diferença significativa entre as amostras. Nossa conclusão mostra que as CTPDs são um excelente modelo para estudo in vitro de diversas doenças humanas em função do potencial que essas células apresentam.