Discurso Direto Fictivo: a perspectivação conceptual (construal) como estratégia intersubjetiva argumentativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Paula, Luciana Andrade lattes
Orientador(a): Almeida, Sandra Aparecida Faria de lattes
Banca de defesa: Almeida, Maria Lúcia Leitão de lattes, Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12510
Resumo: O presente trabalho se dedica a estudar as manifestações de Fictividade e os diferentes modos pelos quais ela opera discursiva e intersubjetivamente com base em dados reais de fala espontânea do PB de diatopia mineira. A pesquisa se apoia na Linguística Cognitiva (LANGACKER 1987, 1990, 1991, 2008; TALMY 1988, 2000; LAKOFF E JOHNSON 1980; FAUCONNIER 1994, 1996, 1997; FILLMORE 1982, 1985, 1993; SWEETSER 1990; elegendo-se o conceito de perspectivação conceptual (construal) como guia para a hipótese de que, nas interações face-a-face, falante e interlocutor lançam mão do Frame de Conversa PASCUAL, 2002, 2006, 2014; PASCUAL; SANDLER, 2016; para estruturar a Interação Fictiva, em especial o tipo aqui pesquisado – o Discurso Direto Fictivo ROCHA, 2004, 2006, 2012, 2013, 2014, 2018, 2020 – como estratégia intersubjetiva argumentativa. A noção de (inter)subjetividade TRAUGOTT; DASHER, 2005; VERHAGEN, 2005, 2007, 2008; inerente ao conceito de construal TALMY, 1988, 2000; LANGACKER, 1987, 1990, 1991, 2008; VERHAGEN, 2005, 2007, 2008; é tomada como codificação linguística da atenção por parte do falante ao interlocutor ou convite para que o interlocutor assuma uma determinada perspectiva discursiva, em busca de um alinhamento ALMEIDA, 2010, 2019; ALMEIDA; FERRARI, 2012 de pontos de vista. No tocante à metodologia, foram investigados dois corpora de origens distintas, porém de características semelhantes. O primeiro corpus, de estudo, foi compilado a partir de gravações de fala espontânea em um salão de beleza PAULA, 2018; os áudios foram transcritos com a finalidade de permitir a oitiva dos dados para uma melhor percepção e explanação do fenômeno. O segundo corpus, de referência, foi extraído do C-ORAL BRASIL I RASO; MELLO, 2012; o qual tem por característica ser um corpus de fala espontânea do português brasileiro que contém gravações e transcrições das conversas. Adotou-se uma abordagem metodológica baseada em corpus (corpusbased) e guiada por corpus (corpus-driven) MCENERY; HARDIE, 2012; TOGNINIBONELLI, 2001, possibilitando que os corpora norteassem a análise. A análise qualitativa dos corpora evidenciou não apenas manifestações de Interação Fictiva do tipo Discurso Direto Fictivo (DDF), mas possibilitou identificar diferentes padrões sintáticos- semânticos de DDF atrelados a contornos melódicos específicos. Os resultados obtidos atestam a aceitabilidade empírica do fenômeno e evidenciam o uso do DDF como frame atencional ou janela de atenção (LANGACKER, 2008) e a tomada de perspectiva como estratégia intersubjetiva argumentativa em prol do alinhamento de pontos de vista entre falante e interlocutor.