“Meu Reino Por um Cavalo!”: Ricardo III e o impacto da manipulação na construção literária e suas consequências históricas
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00027 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14145 |
Resumo: | Embora tenha governado apenas por dois anos – de 1483 a 1485 – Ricardo III se destaca como um dos mais famosos e infames reis da Inglaterra. Com uma controversa reivindicação ao trono, somada à acusações de sangue nas mãos, Ricardo Plantageneta é historicamente descrito como um tirano e um monstro por seus sucessores. Tal descrição se manteve por séculos, apoiada principalmente pela representação construída por William Shakespeare na peça A Tragédia do Rei Ricardo III – que teve como base documentos e relatos produzidos ao longo da era Tudor, linhagem que sucedeu Ricardo após sua morte. A hipótese deste trabalho é de que os Tudor criaram uma representação pessoal de Ricardo III a fim de sustentar sua posição enquanto família real reinante na Inglaterra. Essa representação teria se consolidado com a peça escrita por Shakespeare, e com o passar dos anos se tornou um construto literário imbuído de malignidade e despotismo. As circunstâncias da produção artística de Shakespeare são extremamente favoráveis a análises dos sistemas de patronagem, – estudados inicialmente por Lefevere (1992) – entretanto, o que se observou foi uma lacuna nos estudos acerca de Ricardo III e de sua peça homônima. E é nessa lacuna que o presente trabalho se insere. E para tal, a metodologia do presente trabalho envolve uma sistematizada pesquisa bibliográfica a fim de elaborar propostas analíticas a respeito do tema. Pretende-se empregar métodos descritivo e analítico das obras, assim como uma leitura comparatista do corpus, relacionando-o e vinculando-o com as problemáticas apresentadas de forma a atingir o objetivo desta dissertação, que é analisar – com o auxílio do aparato teórico histórico fornecido por Le Goff (1992), que analisa as relações entre história e narrativa; Veyne (2005), que trabalha a relação entre história e os fragmentos que a compõe; Certeau (2011), que explana como a história se torna mito; além de fazer uso das proposições tradutórias de Lefevere (1992) sobre reescrita; de Hermans (1985) sobre manipulação; e de Even-Zohar (2012) sobre a teoria dos polissistemas – como foi construída a imagem histórica de Ricardo III que inspirou a peça shakespeariana, tendo como base estudos recentes acerca do monarca além de avaliar o impacto da manipulação na construção literária e suas consequências históricas. |