Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Campos, Fabiano Victor de Oliveira
 |
Orientador(a): |
Gross, Eduardo
 |
Banca de defesa: |
Araújo, Paulo Afonso de
,
Ferreira, Pedro Calixto
,
Carrara, Ozanan Vicente
,
Ferreira, Amauri Carlos
 |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
|
Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4045
|
Resumo: |
Esta tese analisa a questão de Deus no pensamento de Emmanuel Levinas. Ela busca mostrar que a recusa levinasiana de abordar Deus no horizonte do ser se deve a uma peculiar compreensão do ser. Para Levinas, a diferença e a singularidade são suprimidas na universalidade e impessoalidade do ser à medida que enfeixamos a multiplicidade do real na compacta unidade desse conceito tido como o universal por excelência. Daí que o ser seja relacionado ao mal, e não ao bem enquanto noção transcendental. Por essa razão, Levinas julga inviável abordar Deus como ser, ainda que em termos de um ser supremo. Recusando a ideia de que o ser seja o horizonte último de sentido, Levinas procura situar o problema filosófico da questão de Deus na intriga ética da relação entre o eu e o outro humano. Para tal empreitada, ele se vale de três caminhos reflexivos privilegiados. Em primeiro lugar, o pensador lituano busca analisar o problema filosófico de Deus à luz de uma “análise fenomenológica”, atribuindo um sentido eminentemente ético a termos oriundos desse domínio do saber. A análise fenomenológica, tal como Levinas a entende, lhe permite postular a tese da ética como horizonte último do sentido e abordar a questão de Deus para além da ontologia. Em segundo lugar, Levinas julga encontrar na análise da questão do tempo um caminho fenomenológico privilegiado para se pensar o problema de Deus não mais em termos de ser. Concebido em sua diacronia irredutível, o tempo é pensado como relação com a alteridade humana e, por esse viés, como relação com o infinito. Por fim, a reflexão sobre a linguagem, compreendida a partir da ética, torna-se um lugar de questionamento do Dito, do falar coerente da teologia e da filosofia. O pensar de outro modo a questão de Deus exige, por sua vez, um discurso em que o Dizer ético se insinue no interior do Dito ontológico. Esses três caminhos, o da análise fenomenológica, o do tempo e o da linguagem, constituem, portanto, os vieses por meio dos quais Levinas procura dissociar o problema filosófico de Deus do plano da ontologia e relacioná-lo definitivamente à intriga ética da relação entre a subjetividade e o outro humano. A pretendida superação da impessoalidade e da universalidade do ser se dá no interior dessa relação que se tece entre o eu e o infinito de outrem e de Deus, e que doravante é compreendida como horizonte último do sentido, do tempo e da linguagem. |