Efeitos da prática mental na recuperação da mobilidade na fase subaguda precoce após acidente vascular cerebral: ensaio clínico controlado e randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guerra, Zaqueline Fernandes lattes
Orientador(a): Lucchetti, Giancarlo lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Bruno do Valle lattes, Reboredo, Maycon de Moura, Paz, Clarissa Cardoso dos Santos Couto, Barbosa, Richelma de Fátima de Miranda
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9986
Resumo: Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) é um dano neurovascular que causa deficiências motoras, sensoriais e cognitivas. Entre os principais desafios para a recuperação funcional, destaca-se minimizar as limitações da mobilidade. Na busca por alternativas terapêuticas que potencializem o (re) aprendizado motor, estudos têm sugerido o uso da prática mental (PM), ou seja, o treino estruturado da imaginação de movimentos ou atividades, sem fisicamente realizá-los. Ainda são poucos os estudos destinados a avaliar os efeitos da PM na mobilidade durante a fase subaguda precoce pós AVC. Objetivos: Avaliar os efeitos da PM associada à cinesioterapia na mobilidade de indivíduos na fase subaguda precoce pós-AVC em relação a um grupo controle. Métodos: Ensaio clínico randomizado cego com voluntários em fase subaguda precoce após AVC (< 3 meses). Os voluntários foram alocados em dois grupos, grupo prática mental (GPM) e grupo controle (GC) e receberam o mesmo volume de treinamento, no qual inicialmente eram submetidos a um protocolo de PM ou realizavam exercícios cognitivos, associado a um protocolo de exercícios físicos. As intervenções foram realizadas três vezes por semana, durante quatro semanas, totalizando 12 atendimentos. A mobilidade foi avaliada pelo teste Timed Up and Go (TUG) e do teste de velocidade da marcha em 5 metros (5mWT) no baseline e pós-intervenção. Também foram avaliadas a força muscular isométrica máxima; o Assessment of Biomechanical Strategies- TUG-ABS; o World Health Organization Instrument to Assess Quality of Life- WHOQOL- Bref e o Depression Anxiety Stress Scales- DASS-21. Resultados: 18 voluntários foram alocados randomicamente em um dos grupos do estudo. Com uma perda de 11,1 % (um em cada um dos grupos), o ensaio foi composto por 16 voluntários (GPM=8 e GC=8). No baseline não haviam diferenças entre os grupos considerando dados sociodemográficos, clínicos e medidas primárias (TUG, p=0.32; 5MWT, p=0.72) e secundárias (p<0.05). Após a intervenção, o GPM apresentou uma melhora na mobilidade medida pelo TUG, cujo tempo de 20.5 [19.0; 29.0] foi para 18.0 [13.25; 26.0] segundos (p=0.01, r=0.59), no TUG-ABS de 29 [25.5; 32.7] para 37.5 [33.2; 41.7] pontos (p=0.01, r=0.63) e na força muscular de flexão do quadril e do joelho direitos (p<0.05). Já o GC não apresentou melhora da mobilidade e nem da força muscular após a intervenção (p>0.05). Na comparação entre os grupos pós intervenção (between-subjects), não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes para nenhuma das medidas primárias e secundárias do estudo (p>0.05). Nos deltas (ganhos de cada grupo com a realização do protocolo), o GPM realizou o TUG cerca de 2.5 segundos mais rápido o GC (p=0.27, r=0.29) e obteve um escore 4 pontos maior no TUG-ABS (p=0.14, r=0.36), entretanto de forma não significante com tamanho de efeito moderado. Conclusão: Nesta amostra de indivíduos em fase subaguda precoce pós AVC, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes após a PM em comparação ao GC, considerando a mobilidade, força muscular, saúde mental e qualidade de vida. Comparando-se os resultados pré e pós intervenção, ambos os grupos apresentaram melhora no TUG-ABS, mas apenas o grupo PM apresentou melhora na força muscular e menor tempo de execução do TUG.