Divisões raciais e desigualdade de saúde no Brasil
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00037 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16566 |
Resumo: | A tese investiga a desigualdade racial de saúde no Brasil. Trata-se de dimensão que representa as consequências vitais da estratificação social. O trabalho parte da constatação bem documentada pela literatura internacional de que disparidades socioeconômicas estão a ela fortemente associadas. Com uso de diversificadas formas de estimação – que incluem modelos aditivos e interativos de regressão, além de cálculos de diferenças a exemplo da absoluta e da semielasticidade –, seguem-se duas linhas de análise principais. Inicialmente, há a tentativa de explicar de que forma fatores como classe, renda, escolaridade e área geográfica medeiam as assimetrias observadas. Posteriormente, avalia-se a maneira com que raça interage e faz os efeitos desses componentes variarem, no sentido de que seus retornos não sejam os mesmos para brancos e negros. Basicamente, a análise de mediação estima a contribuição das variáveis consideradas, dentro do sistema de estratificação, para o montante total da desigualdade em questão. Já a modelagem interativa lida com as probabilidades e diferenças oriundas da influência mútua entre os efeitos de raça e os gerados pelos contextos socioeconômicos e espaciais. A estratégia analítica da tese é quantitativa, emprega-se a regressão logística como técnica estatística e os procedimentos amparam-se no uso do programa computacional Stata. Os dados utilizados dizem respeito à Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, inquérito conduzido pelo IBGE. O principal resultado de interesse, ou variável resposta, é o estado de saúde autoavaliado. Atenção também é dedicada aos hábitos arriscados e às consequências de doenças. A investigação revela que, devido a sofrerem com múltiplas desvantagens, negros têm probabilidades bastante superiores de reportar estado não bom. Em termos de conclusões, corrobora-se aquilo que o campo de sociologia médica tem enfatizado, ou seja, que a maior parte das diferenças raciais de saúde se deve a assimetrias de acesso a empregos, renda e escolaridade e não a características biológicas, individuais, culturais e comportamentais dos indivíduos. No Brasil, por conta da desigual distribuição dos grupos e do ordenamento de posições e recursos, em particular no que tange às grandes regiões, também o território traduz-se em peça chave. O achado capital refere-se ao exame sobre de que maneira e com quais impactos os efeitos de raça e os de contextos socioeconômicos e geográficos se afetam entre si. Verifica-se que a afetação ocorre com intensa repercussão mesmo em cenários extremamente circunscritos ou de proximidade entre os casos. Significa que raça opera como elemento distintivo, capaz de provocar resultados muito diferentes, ainda que os grupos estejam em condições bastante parecidas. |