Atividade física de intensidade moderada e moderada-vigorosa associada a desfechos clínicos e funcionais em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
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Departamento: |
Faculdade de Fisioterapia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00105 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16167 |
Resumo: | A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) cursa com diversas morbidades e elevada mortalidade. Devido às alterações sistêmicas e sintomas, a inatividade física é comum em pessoas com DPOC. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda atividade física moderada (AFM) e/ou atividade física vigorosa (AFV) para a saúde da população geral, e as diretrizes Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) recomendam a prática regular de atividade física (AF) para pessoas com DPOC. No entanto, ainda é incerto como diferentes intensidades de AF beneficiam essa população. A maioria dos estudos se limitam à análise da AF total, intensidade leve ou intensidades avaliadas por autorrelatos. Assim, essa revisão sistemática buscou avaliar prospectivamente a associação da AFM e atividade física moderada-vigorosa (AFMV), mensurada por acelerômetro, com desfechos clínicos e funcionais relacionados à saúde em indivíduos com DPOC. Os estudos de coorte prospectivos observacionais com indivíduos adultos (> 18 anos), ambos os sexos, diagnosticados com DPOC foram incluídos. A AFM ou AFMV deveria ser avaliada por acelerômetro realizando associações a desfechos clínicos e funcionais. Os desfechos não foram considerados como critérios de elegibilidade, com todos os desfechos associados reportados na revisão. Os estudos foram identificados por meio de buscas em banco de dados da MEDLINE, EMBASE, SPORTDiscus e CINAHL sem restrições para data de publicação e idioma. As listas de referências de estudos elegíveis foram revisadas e a busca manual por literatura cinzenta foi realizada para identificação de estudos possivelmente elegíveis. Dois revisores realizaram a seleção dos estudos, extração dos dados e avaliação do risco de viés e da certeza da evidência. Quando foi possível, a meta-análise foi conduzida utilizando modelo de efeito aleatório e a heterogeneidade foi medida pela estatística I2 . Quando não foi possível, os dados foram relatados de forma descritiva. O risco de viés dos estudos incluídos foi avaliado por meio do instrumento Joanna Bridggs Institute (JBI) Critical Appraisal Checklist. A certeza de um conjunto de evidências foi avaliada pelo Grading of Recommendations Assessment Development and Evaluation (GRADE). Dos 22356 estudos identificados, cinco foram incluídos após remoção de duplicatas e triagem, abrangendo 743 indivíduos com DPOC. Risco moderado de viés foi identificado na maioria dos estudos, com pontuação média de 5.6 de 11. Evidências de certeza muito baixa apresentaram associação positiva entre AFM e função pulmonar (r=0.20, IC95%=0.08-0.31, p=0.0008, I2 =0%) e qualidade de vida (r=0.18, IC95%=0.06-0.29, p=0.003, I2 =0%) em longo prazo. Para estudos que não foram possíveis agrupar, foi encontrada associação positiva entre AFMV e capacidade de exercício (r=0.4085, IC95%=0.3097 – 0.5073, p=0.000) e associação negativa com qualidade de vida (r= -0.3228, IC95%= -0.2165 – -0.4291, p=0.0000) e dispneia (r= -0.3392, IC 95%= -0.2344 – -0.444, p=0.000) em médio prazo. Houveram apenas dados descritivos disponíveis para mortalidade. As evidências sugerem que AFM parece estar positivamente associada à qualidade de vida e função pulmonar em longo prazo. AFMV parece estar associada positivamente à capacidade de exercício e negativamente à qualidade de vida e dispneia em médio prazo. Mais estudos são necessários para obter confiança quanto a essas descobertas. |